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Uma ciência capaz de reduzir as desigualdades. Este foi o desejo em comum reforçado durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, no dia 30 de julho, em Brasília. O evento, que não acontecia há 14 anos, trouxe como tema desta edição “Para um Brasil justo, sustentável e desenvolvido”. Durante três dias, diversos segmentos da sociedade debaterão recomendações para uma nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, a ser seguida pelos próximos anos (2024-2030).
Na ocasião, foi entregue ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, uma proposta do primeiro Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que tem como objetivo orientar o desenvolvimento e a utilização ética e de forma sustentável da IA no Brasil. “O que vocês fizeram hoje, de me entregar um documento sobre uma Inteligência Artificial, pensada pelas universidades brasileiras, pelos cientistas brasileiros, é um marco nesse país. O Brasil precisa aprender a voar, ele não pode ficar dependendo a vida inteira”, afirmou.
A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, falou sobre o plano, encomendado pelo presidente ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, no início de 2024. “Ele é ousado e viável, robusto e factível, com um investimento público que se compara ao da União Europeia”, ressaltou. O PBIA prevê um investimento de até R$ 23 bilhões, em quatro anos, e a compra de um dos supercomputadores mais potentes do mundo. “A capacidade de armazenamento hoje é depositada em grandes empresas internacionais, há uma necessidade de “nuvem” brasileira. Não é possível fazer IA sem ter supercomputadores, infraestrutura com capacitação. Sem isso, não teremos soluções. Já temos 11 centros de IA instalados no país, com vários desafios, ambientais, para a educação, para a saúde”, explicou Luciana.
A solenidade contou ainda com a presença de diversos representantes do governo, da área científica, entre outros, como a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; a ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima; o secretário-geral da CNCTI, Sérgio Rezende; além da cientista que coordenou a equipe que sequenciou o genoma da covid-19 no Brasil, Jaqueline Goes de Jesus. “Hoje, e nos próximos dois dias teremos a chance de pautar as desigualdades que vivemos e traçar estratégias para os próximos anos. Desigualdades econômicas, de gênero, étnicas e de saberes”, afirmou a cientista. “Precisamos pensar de forma mais inclusiva, diversa e condizente com a realidade de indígenas, ciganos, entre outros grupos minorizados. É preciso que exploremos o potencial dos saberes ancestrais, que apesar de não acadêmicos, são fontes importantes para nossa evolução”, ressaltou Jaqueline.
5ª CNCTI
De dezembro de 2023 a maio de 2024 foram realizados mais de 200 eventos preparatórios para a Conferência, com a participação de mais de 100 mil pessoas. Nesta 5ª edição, serão realizados debates, plenárias e painéis focados em diferentes tópicos no âmbito da Ciência, da Tecnologia e da Inovação, como Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), mudanças climáticas, transição energética, popularização da ciência, combate à desinformação e à anticiência, entre outros.
