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70% dos usuários de IA cumprimentam o ChatGPT e não é necessariamente por educação, mas por causa do Exterminador do Futuro

A inteligência artificial está transformando nosso mundo, e chatbots como o ChatGPT estão cada vez mais presentes em nossa vida cotidiana. Pedimos que eles respondam às nossas perguntas, nos ajudem a escrever textos ou até mesmo nos entretenham. Mas como nos comportamos com essas entidades digitais? Somos educados, rudes ou apenas pragmáticos? Um novo estudo descobriu que a maioria de nós adota um tom educado, mas as motivações por trás dessa polidez variam muito.

…mas com motivações diversas

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(Imagem: Maximalfocus/Unsplash)

Embora a polidez seja a norma, as razões para isso estão longe de ser uniformes. Nos Estados Unidos, entre os 67% de usuários educados, uma grande maioria (82% deles) explica que faz isso simplesmente porque é “normal” dizer “por favor” e “obrigado”, esteja você se dirigindo a um humano ou a uma IA. No entanto, uma parcela significativa (18%) admite ser educada por medo das potenciais consequências de uma rebelião de robôs.

No Reino Unido, os números são semelhantes: 83% dos usuários educados o fazem por convicção, enquanto 17% temem uma futura insurreição das máquinas. Estes últimos parecem, portanto, aplicar o famoso princípio do “quem tem, tem medo”. Seja influência de filmes como “O Exterminador do Futuro“; de jogos como “Mass Effect” e “Detroit: Become Human“; ou mesmo sem influência alguma; o fato é que uma parcela dos entrevistados tenta “se precaver” de uma “revolução das máquinas”.

Grosseria é uma escolha?

Para os 30% de usuários que admitem não se importar com educação, os motivos dados são principalmente práticos. Dois terços deles dizem que querem que suas solicitações sejam curtas e concisas, enquanto um terço simplesmente não vê sentido em ser educado com uma IA. Para este último grupo, o propósito tem precedência sobre a forma.

Especialistas discordam sobre a necessidade de ser educado com a IA. Segundo o JeuxVideo, Ben Wood, analista principal da CCS Insight, acredita que é importante incentivar a educação em relação aos assistentes de IA, pois o comportamento desrespeitoso pode acabar afetando as interações interpessoais. Ele lembra que a Amazon já havia introduzido um recurso em 2018 incentivando as crianças a dizerem “por favor” e “obrigado”.

AJ Ghergich, vice-presidente global da Botify, concorda, observando que nossos instintos sociais não distinguem entre humanos e códigos de computador, relata o JeuxVideo. Ele também apresenta um argumento mais pragmático: ser educado com uma IA pode melhorar seu desempenho, ao desencadear padrões de comunicação humana úteis e detalhados. Estamos falando até de 30%, de acordo com a Forbes.

No entanto, John-Anthony Disotto, editor de IA da TechRadar, diz que está surpreso que tantas pessoas sejam educadas com a IA, que ele vê antes de tudo como um programa de computador. Ele vê isso como uma forma de “medo do desconhecido” e uma ansiedade latente sobre o futuro da IA, alimentada por obras de ficção científica como “2001: Uma Odisseia no Espaço”.

Rumo a uma IA cada vez mais humana?

Seja qual for o motivo pelo qual estamos sendo educados com a inteligência artificial, não há como negar que os fornecedores de IA estão trabalhando para tornar seus chatbots cada vez mais parecidos com humanos. Essa crescente humanização pode explicar por que estamos mais inclinados a tratá-los com cortesia.

A ascensão do ChatGPT é uma prova dessa tendência. O chatbot da OpenAI continua atraindo novos usuários, crescendo de 100 milhões de usuários semanais em novembro de 2023 para 200 milhões em agosto de 2024 e depois para 300 milhões em dezembro do mesmo ano. Em fevereiro de 2025, ultrapassou a marca de 400 milhões de usuários semanais, um número impressionante que ressalta a adoção massiva dessa tecnologia. De acordo com Brad Lightcap, da OpenAI, esse crescimento é impulsionado pelo boca a boca e pela percepção da utilidade da ferramenta.

A questão se devemos ser educados com a IA permanece em aberto. Os especialistas estão divididos e as motivações dos usuários são diversas. Alguns agem por convicção, outros por medo e outros ainda por simples pragmatismo. Uma coisa é certa: a maneira como interagimos com a IA diz muito sobre nossa relação com a tecnologia e nossa concepção de futuro.


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