A professora e pesquisadora Ramona Vijeyarasa, da University of Technology Sydney, na Austrália, fará nesta terça-feira, 20 de agosto de 2024, palestra com o tema IA e desigualdade Norte-Sul: o direito internacional pode fechar a lacuna algorítmica e democratizar o conhecimento?. O evento será no Auditório 1 da Face, no campus Pampulha, com início às 10h.
Promovida pela Diretoria de Relações Internacionais (DRI) da UFMG, a palestra será feita em inglês e valerá certificado de participação.
A exposição de Ramona Vijeyarasa parte do pressuposto de que a inteligência artificial (IA) teve impactos profundos e muitas vezes positivos em setores tão diversos quanto agricultura, saúde e educação. No entanto, seus benefícios têm se concentrado no Norte Global. Os Estados Unidos e a China obtiveram os maiores ganhos econômicos com a IA, e a maioria dos países que lideram a corrida regulatória – Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e Canadá – também estão no Norte Global, ao lado de economias tecnologicamente avançadas como China, Japão e Cingapura.
“Nesta palestra, pretendo explorar a possibilidade de um direito humano internacional capaz de reduzir essas desigualdades. Com base em Abordagens do Terceiro Mundo ao Direito Internacional (TWAIL), questionarei se os Estados Partes podem ser obrigados a combater o analfabetismo em IA e garantir acesso justo à IA, dados e infraestrutura. Há dificuldades para esse empreendimento, mas entendo que tal direito é necessário para a democratização do conhecimento. Sem uma análise acadêmica do que o direito ao desenvolvimento significa em relação à IA, vou abordar novas perspectivas e sugerir próximos passos viáveis e possíveis”, anuncia a pesquisadora.
Gênero e direito
A professora Ramona Vijeyarasa é uma das principais estudiosas da Austrália em igualdade de gênero e direito. Sua pesquisa analisa até que ponto os compromissos internacionais de direitos das mulheres são cumpridos pelos Estados Partes em nível doméstico por meio da legislação. Acadêmica premiada pela American Society of International Law e pela Australia & New Zealand Society of International Law, Ramona incorpora inovação e interdisciplinaridade em suas investigações. Ela leva para seu trabalho dez anos de experiência prática como advogada de direitos humanos, com atuação em organizações intergovernamentais e da sociedade civil em várias partes do mundo. Sua atuação como defensora dos direitos das mulheres incluiu seis anos à frente da equipe dedicada ao tema na ActionAid International, período no qual fez diversas visitas ao Brasil.