Jornal Correio | Inteligência artificial e humano concorrem com candidatura híbrida para o cargo de vereador

Inteligência artificial e humano concorrem com candidatura híbrida para o cargo de vereador

Conheça “a primeira inteligência artificial legislativa do Brasil”

  • Foto do(a) author(a) Carolina Cerqueira

Publicado em 18 de agosto de 2024 às 05:00

Lex foi criada para a eleição de 2024
Lex foi criada para a eleição de 2024 Crédito: Reprodução

Nem que tenha sido só por curiosidade, você já deve ter feito alguma pergunta ao ChatGPT. Se não faz ideia do que essa palavra significa, já deve ter ao menos escutado por aí algo sobre Inteligência Artificial, ou simplesmente IA. Ela tem mudado os hábitos cotidianos de meros mortais e mexido com o mercado profissional de diversas áreas. Em ano de eleição, a pergunta a ser feita é: como a IA vai ser usada nas campanhas políticas?

A tecnologia não surgiu agora, mas o modelo chamado de generativo – que faz a tecnologia criar elementos como textos e imagens – tem dado o que falar depois da popularização do ChatGPT, que começou em 2022. No dia 8 de agosto, a Open AI, criadora da ferramenta, anunciou que a versão gratuita ganhou a função de criar imagens.

“Basta pedir ao ChatGPT para criar uma imagem para uma apresentação, personalizar um cartão para um amigo ou mostrar como algo se parece”, diz a publicação da empresa no X, antigo Twitter.

É como uma espécie de ChatGPT que funciona a Lex, inteligência artificial criada para fugir da proposta de uso da ferramenta como copilota e para dividir o proprotagonismo com um humano. O autor é o programador e candidato a vereador em São Paulo Pedro Markun, de 38 anos.

Ele passou um ano criando a Lex como “a primeira inteligência artificial legislativa do Brasil”. A proposta é de uma candidatura híbrida e apostar na IA para transformar a gestão pública pela Câmara Municipal.

“A IA já está sendo usada na política em escritórios e gabinetes para elaboração de textos, portarias, projetos de lei. Mas isso está sendo de maneira desregrada, escondida, sem pensamento crítico. A minha aposta é que, que não olharmos para isso, vamos ter, dentro de alguns anos, uma produção política feita por agentes sintéticos, sem reflexão e transparência. Então vamos assumir que estamos usando e ajudar as pessoas a entender o que é isso e como pode ou não ser usado”, defende Pedro Markun.

“A IA pode ser uma ferramenta muito útil para vereadores porque eu diria que a Lex é melhor do que 70% dos vereadores da Câmara de São Paulo. Em parte, porque muitos deles não têm interesses voltados para os cidadãos e porque falta background técnico, capacidade produtiva”, acrescenta.

O candidato defende que a Lex tem conhecimento de toda a legislação municipal, estadual e federal, além de capacidade de traduzir, resumir e aprimorar textos, e ler grande quantidade de dados para identificar irregularidades para fins de fiscalização. Durante o período de campanha, qualquer eleitor pode ter acesso à Lex e fazer perguntas a ela através do site lex.tec.br.

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