O Governo de São Paulo vai lançar neste domingo (25) um pacote de ajuda para produtores rurais que tenham sido afetados pelos incêndios que atingiram o interior de São Paulo nos últimos dias. As medidas incluem recursos emergenciais e proteção jurídica para essas propriedades.
Segundo o governo estadual, o produtor afetado terá acesso a R$ 50 mil para despesas como manutenção e recuperação da produção perdida. O dinheiro será oferecido por meio do Feap (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista).
A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) diz que irá emitir um termo emergencial para impossibilitar qualquer tipo de sanção ou multa dos órgãos fiscalizadores sobre as propriedades atingidas.
Além disso, as propriedades em questão serão enquadradas nos programas habitacionais paulistas. De acordo com o governo, o objetivo é recuperar as moradias atingidas pelas queimadas.
Os incêndios impactaram atividades do setor agropecuário e outros ramos da indústria.
A Raízen registrava até a tarde deste sábado (24) vários focos de incêndio nas áreas de produção da companhia. A distribuidora afirmou que também havia fogo em propriedades de fornecedores de cana e em áreas de outros grupos sucroenergéticos.
“Devido à gravidade da situação, todo o efetivo da brigada de incêndio da Raízen está empenhada no combate, inclusive com o uso de aeronaves, apoiando o Corpo de Bombeiros no atendimento das ocorrências”, afirmou a Raízen em nota.
A distribuidora diz não ter feito ainda estimativas do impacto financeiro devido às queimadas. A companhia afirma acreditar que a os incêndios foram originados por ação humana, de natureza criminosa, agravados pelo período de longa estiagem, baixa umidade do ar, ação dos ventos e altas temperaturas.
Jacyr Costa, presidente do Coagro (Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp), prevê um impacto grande no agronegócio do estado, com a descontinuação de atividades da indústria realizadas ao ar livre.
“Todos os setores são afetados. Uma agroindústria tem usinas que foram obrigadas a evacuar porque o fogo estava chegando perto. Então para a produção. Principalmente quem tem atividade mais a céu aberto evita continuar a produção. Qualquer empresa que faz o serviço de caldeiraria ao ar livre, por exemplo, tem de parar a produção. Acaba impactando tudo”, explica Costa.
Empresa do setor agrícola, o Grupo Moreno chegou a publicar nota em redes sociais oferecendo recompensa de R$ 30 mil por informações de incêndios criminosos em áreas de companhia usadas para cultivo de cana-de-açúcar ou de vegetação nativa. A recompensa será concedida caso as informações levem à prisão da pessoa responsável pelo ato.
“Tais incêndios causam transtornos e prejuízos às empresas, seus colaboradores, meio ambientes e sociedade em geral”, escreveu a empresa na nota.
Só em Ribeirão Preto (SP) são 14 focos de incêndio ativos. Outros municípios da região, como Sertãozinho, Brodowski, Batatais e Jardinópolis, também registram queimadas. O fogo está espalhado também por outras regiões paulistas e atingiu Olímpia, Barretos, Paulo de Faria, Mogi Mirim e Mogi Guaçu.
No Paraná, produtores rurais também se mobilizam para ajudar no controle do fogo. A maior parte dos casos se concentra na região Noroeste.
Diener Gonçalves, presidente do Sindicato Rural de Cianorte, disse que tem pedido a produtores rurais da região que têm tanques de água para ajudar no abastecimento dos caminhões dos bombeiros. A Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) ainda não tem um balanço de eventuais prejuízos aos agricultores, mas tem alertado sobre medidas de prevenção.
Colaborou Catarina Scortecci