A R7 Facilities Serviços de Engenharia LTDA, com sede no Guará, está sob investigação por supostamente ser administrada por “laranjas”, enquanto continua a receber grandes quantias de dinheiro público. Mesmo na mira do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU), a empresa recebeu R$ 5,4 milhões em emendas parlamentares […]
A R7 Facilities Serviços de Engenharia LTDA, com sede no Guará, está sob investigação por supostamente ser administrada por “laranjas”, enquanto continua a receber grandes quantias de dinheiro público. Mesmo na mira do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU), a empresa recebeu R$ 5,4 milhões em emendas parlamentares só em 2023.
Suspeitas e Investigações
As investigações começaram após a fuga de dois presos do Comando Vermelho da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde a R7 Facilities também atuava. Embora não haja uma ligação direta comprovada entre a fuga e a empresa, a suspeita sobre o uso de “laranjas” na administração da construtora levantou questionamentos sobre sua idoneidade.
A R7 Facilities venceu licitações públicas desde 2016, acumulando quase R$ 373 milhões em repasses do governo federal. Além disso, a empresa obteve mais de R$ 10,7 milhões em contratos com o Governo do Distrito Federal. No entanto, o sócio-administrador da empresa, Gildenilson Braz Torres, vive uma situação financeira curiosamente precária: ele recebeu auxílio emergencial em 2020 e 2021 e foi alvo de penhor de bens para quitar uma dívida de R$ 8,6 mil.
Milhões em Emendas e Lacunas de Transparência
Apesar das suspeitas, a R7 Facilities continuou a receber verbas significativas. De acordo com a plataforma Siga Brasil, nove repasses foram feitos à empresa através de emendas parlamentares, totalizando R$ 5,4 milhões. Essas emendas, destinadas principalmente ao desenvolvimento da agricultura em várias partes do Brasil, passaram por intermediários antes de chegarem à construtora.
Curiosamente, a empresa não aparece diretamente nos documentos das emendas parlamentares, conhecidos como “espelhos”, que identificam os beneficiários finais dos recursos. Essa falta de transparência alimenta ainda mais as suspeitas em torno da R7 Facilities.
Contexto da Fuga em Mossoró
A investigação sobre a R7 Facilities ganhou força após a fuga de Rogério da Silva Mendonça e Deibson “Tatu” Cabral Nascimento da Penitenciária Federal de Mossoró em fevereiro de 2023. A fuga, a primeira registrada em uma unidade federal de segurança máxima, desencadeou uma força-tarefa de 300 agentes federais e estaduais para capturar os fugitivos, em uma operação que custou milhões aos cofres públicos.
O que Dizem as Autoridades
A CGU confirmou ao Metrópoles que as investigações sobre a R7 Facilities estão em andamento, mas não forneceu detalhes adicionais devido ao sigilo do processo. O TCU também está analisando as denúncias, e há um processo em curso para apurar as irregularidades.
Apesar das tentativas de contato, a R7 Facilities não respondeu às solicitações de esclarecimento até o momento da publicação desta matéria.
O Dina Explica: O caso da R7 Facilities é um exemplo de como empresas suspeitas podem continuar a operar e receber grandes somas de dinheiro público mesmo sob investigação. A combinação de contratos milionários com uma administração financeira suspeita levanta questões sobre a eficácia dos mecanismos de controle e transparência no uso de verbas públicas. A continuidade das investigações pelo TCU e CGU será crucial para determinar se houve irregularidades e para garantir que os recursos públicos sejam utilizados de maneira adequada.