Militares participaram da preparação para o evento; Rolls Royce conversível, que será usado por Lula, foi dirigido por assessor da Presidência
Integrantes do governo e das Forças Armadas realizaram neste sábado (31.ago.2024) o ensaio geral para o desfile cívico-militar do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O evento oficial será realizado no próximo sábado (7.set.2024), a partir das 8h45.
A simulação, que começou com 1h30 de atraso, teve a participação de jornalistas e de um contingente reduzido de militares e de viaturas. Assessores da Presidência levaram o Rolls Royce presidencial, carro usado desde 1953 por presidentes brasileiros.
Veja fotos do ensaio tiradas pelo repórter fotográfico Sérgio Lima:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja da Silva desfilarão no automóvel, do Palácio do Planalto à altura do novo prédio do Ministério da Saúde, ao lado do Ministério da Fazenda. A distância entre os 2 pontos é de 1 km. Assim como no ensaio para o mesmo evento em 2023, ninguém representou o casal.
Essa será a 10ª vez que Lula participa das comemorações de 7 de Setembro como presidente. Em quase todas desfilou no conversível, salvo em 2023, quando preferiu um veículo blindado fechado.
A estrutura de palanques e arquibancadas na Esplanada dos Ministérios começou a ser montada há 3 semanas e ainda não está concluída.
O slogan da celebração será “Democracia e Independência – É o Brasil no rumo certo”. O desfile terá 3 eixos temáticos:
- a importância estratégica da realização do G20 no Brasil – durante o desfile, serão apresentadas as bandeiras dos 19 países que integram o grupo, da União Europeia e da União Africana;
- o apoio do governo federal no processo de reconstrução do Rio Grande do Sul, afetado em maio por fortes enchentes;
- a retomada de campanhas de vacinação e a ampliação dos serviços de atendimento em saúde, com a volta do programa Mais Médicos – o Zé Gotinha, mascote das campanhas de imunização, desfilará em um caminhão do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
COMO SERÁ O DESFILE
De acordo com a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), que organiza o desfile, 31 atletas olímpicos que estiveram nos Jogos de Paris e 500 estudantes da rede pública do Distrito Federal participarão. Os esportistas integram o programa Atletas de Alto Rendimento, coordenado pelo Ministério da Defesa com recursos do Bolsa Atleta.
Os alunos desfilarão com placas e bandeiras alusivas ao G20 e mensagens de combate à fome, à pobreza e à desigualdade e com foco na sustentabilidade. Além disso, usarão roupas gaúchas em homenagem ao Estado e às pessoas que atuaram na reconstrução das áreas afetadas pelas enchentes.
Haverá também as tradicionais apresentações da Esquadrilha da Fumaça e da pirâmide humana do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília.
No total, o desfile terá 8.872 participantes. Deles, 3.990 marcham a pé, em veículos motorizados, nas 133 viaturas ou montados em cavalos. Os outros 4.882 são agentes da Marinha, Exército e Aeronáutica e da Segurança Pública do DF. Além disso, o governo espera um público de 30.000 pessoas.
Contudo, diferentemente de 2023, Lula não falará à nação às vésperas do evento. Seu 4º pronunciamento oficial foi em 28 de julho de 2024. Nele, disse que não abriria mão da responsabilidade fiscal e fez um balanço dos resultados econômicos do 3º mandato. No entanto, não mencionou problemas como o rombo de R$ 68,7 bilhões nas contas públicas no 1º semestre ou o congelamento de R$ 15 bilhões do Orçamento de 2024.
LULA E OS MILITARES
Desde o início de o seu 3º mandato, em 2023, Lula tenta se reaproximar das Forças Armadas. Afinal, parte dos militares se aliou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e rechaçou a vitória do petista nas últimas eleições presidenciais.
Além disso, há temor das Forças Armadas com os desdobramentos das investigações da PF (Polícia Federal) de militares que participaram dos atos de 8 de Janeiro ou apoiavam um golpe para manter Bolsonaro na Presidência da República.
Depois do 8 de Janeiro, Lula demitiu o então comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, por desconfiar de seu envolvimento com os acampamentos bolsonaristas. Em seu lugar entrou o general Tomás Ribeiro Paiva. Além disso, o governo vê o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, como o principal interlocutor entre o presidente e os comandantes das Forças Armadas.