Carolina Ricardo, diretora executiva do Instituto Sou da Paz, disse ao podcast A Hora que o governo estava totalmente fora de cena. A questão é que não atuar não vai tirar o poder da bancada da bala, organizadíssima no Congresso. Então, não fazer nada é dar espaço para que se faça. Uma bancada da bala fortalecida ajuda em outras pautas também, como por exemplo, a bancada ruralista.
Nem que não fosse para não entrar na questão dos clubes de tiro, tinha que ter uma organização do governo para garantir a governabilidade mínima no Congresso Nacional, o que não aconteceu. E agora virá um projeto elaborado em menos de uma semana e, obviamente, não será ouvida a quantidade de pessoas que se ouviu no ano passado para fazer o primeiro decreto. Há também uma grande preocupação sobre o prazo que estava estabelecido para que a fiscalização dos CACs passasse do Exército para a Polícia Federal no início de 2025. Essa mudança foi colocada porque ficou evidente para o governo Lula que a fiscalização do Exército estava falhando e é necessário impedir que essas armas e munições, que foram colocadas numa quantidade inédita durante o governo Bolsonaro, não acabem indo para o crime organizado.
O Lewandowski não está se comprometendo com essa data e nem com essa mudança. Ele é o chefe da Polícia Federal, mas até agora não está confirmado se a data será mantida ou não. Isso é importante porque o grande resultado desse armamentismo do governo Bolsonaro foi o fortalecimento das facções criminosas que estão aí botando fogo no interior de São Paulo, ao que tudo indica, para retaliar governos.
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Podcast A Hora, com José Roberto de Toledo e Thais Bilenky
A Hora é o novo podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras pela manhã nas plataformas de podcast e, à tarde, no YouTube.