Paulo Azeredo promete rodeio e concurso público para o 1º semestre de governo

Paulo quer usar sua experiência política para implementar mudanças em Montenegro

Carnaval de rua, rodeio e concurso público são as principais aspirações do candidato Paulo Azeredo, do PSDB, para os seus primeiros seis meses de governo, caso seja eleito prefeito de Montenegro. Azeredo participou da série de entrevistas com os candidatos ao Executivo montenegrino, realizadas pelo Ibiá.

Paulo defende que sofreu um golpe político ao ser impeachmado pela Câmara de Vereadores, mas que isso são “águas passadas”. Implementar subprefeituras e o sistema municipal de coleta de lixo estão entre as metas do candidato.

JI – Até parece que a gente se engana quando diz que o senhor está concorrendo pelo PSDB. Depois de ter uma trajetória destacada no PDT o que lhe fez sair do partido?

Paulo Azeredo -“É uma história de 35 anos, uma ligação muito forte com o PDT, continuamos tendo respeito e essa ligação, temos o apoio do PDT nessa caminhada. Mas em toda caminhada política há também desencontros e o maior desencontro foi quando colocamos nosso nome para uma disputa de pré-candidato a governador do Estado. Marcou muito quando todo o partido priorizou em 2022, o Vieira da Cunha. Ele já tinha sido candidato e não deu bom resultado.

JI – Com currículo e experiência que tem na política, o que o senhor vai agregar na gestão do Município?

Paulo Azeredo – Nossa proposta é abrir concurso, suprir todas as vagas, reduzir secretarias. Vamos oportunizar o departamento da mulher, que não temos, do idoso, da juventude, tem esse trabalho aí do menor aprendiz, da criança. Temos que estar mais próximo às demandas da cidade e muitas vezes uma secretaria, pelo nome que ela tem, às vezes não abrange especificamente aquela situação. Como por exemplo, temos uma comunidade urbana e rural.  Temos a ideia de ter duas subprefeituras. Uma que atende a área sul, sul oeste e a outra a área norte, leste.

São questões que entendo que é possível mudar e nós estamos retomando, colocando a Secretaria do Meio Ambiente novamente, junto à Secretaria de Desenvolvimento Rural, no nosso plano mínimo de governo.

JI – Como o senhor se posiciona em relação à manutenção do Fundo de Assistência à Saúde, que é uma preocupação dos funcionários?

Paulo Azeredo – No momento que abrimos concurso, já colocaremos o concursado, diferentemente do CC, ele contribui para os fundos FAS e FAP. Então o concurso, sim, já é uma garantia de repor a defasagem que acontece quando um funcionário público se aposenta e não há a substituição do cargo dele.

JI – Se eleito for, o que pensa em fazer sobre o impacto que o Pedágio trouxe para Montenegro?

 Paulo Azeredo – Entramos na justiça, numa ação cidadã, do Ministério Público Estadual, porque o preço cobrado e o contrato do free flow aqui em Capela Santana, em Paquete, era o contrato de manter o preço que estava lá, que era R$ 5,90. Estamos pagando R$ 9,00. Capela de Santana tinha uma relação muito forte de pessoas trabalhando e comprando em Montenegro. As pessoas, com certeza, não vem mais no comércio local e estamos perdendo com isso.

Fizemos uma ação para tentarmos, não temos julgamento disso ainda, mas eu entendo que é exorbitante o preço cobrado e não gera emprego.

JI – O senhor vê alguma possibilidade de estabelecer um convênio semelhante ao que Caí estabeleceu para isenção?  

Paulo Azeredo – Acho bem complicado. Vamos tentar que aquele cidadão que paga o pedágio, por ele ser bitributado no IPVA do seu veículo, que seja descontado do que ele paga do seu IPVA. Seria global para todos os veículos.

JI – No seu Plano de Governo prevê a construção de um Parque de Rodeios em uma das áreas disponíveis – SETAM, PROAMB, Tanino Mimosa ou Frigonal – a Prefeitura já tem uma área que foi desapropriada, projeto pronto, licitado, o senhor não vai aproveitar? 

Paulo Azeredo – Sugerimos ao prefeito que comprasse a área do Tio Manduca para rodeios. Tínhamos já uma cancha de rodeio. Nada aconteceu nesses quatro anos, veio recursos federais de emendas parlamentares. E querem ainda arrancar as áreas de origem nativas.

Essa área teria de se ampliar. Compraram e deixaram a área da cancha de rodeio fora.  Não teve rodeio por quatro anos. Nós, em dois meses de governo, fizemos. Arrumamos tudo, onde foi o material? Onde está o galpão que tinha lá, a casa de rodeio, as tábuas?

Vamos nos reunir com os tradicionalistas, se eles entenderem que tem que ser lá, vamos buscar aquela área da cancha de rodeio. Se eles aprovarem, não vão fazer a cancha em cima da quadra de futebol. Os gaúchos vão determinar. Não me chamo Paulo Azevedo se não tiver rodeio no ano que vem.

JI – O senhor vai desapropriar a área da Proamb?

Paulo Azeredo – Sou contrário a instalação da Proamb lá. Tenho ações no Ministério Público, estou ao lado do meio ambiente e do povo do Pesqueiro, que já sofre com o presídio, que até hoje não tem tratamento de esgoto.

Se pegarmos aquela área toda e fizermos um parque de eventos, ecoturismo, um convênio, e a gauchada poder construir, cada um ter sua sede, e ter algumas cabeças de gado lá para laçar de brincadeira, fim de semana, se eles entenderem que é uma área própria para isso, é a nossa intenção.

 JI – Já existe uma lei que vai impedir que a Proamb se instale, mas é óbvio que precisamos  fazer a pergunta, no seu governo não terá alvará autorizando?

Paulo Azeredo – Claro que não! Sou mesmo contrário. Imagina, 500 carretas de 20 mil quilos de lixo tóxico por mês, descarregando ali, olha aquela pilha que já tem de lixo aqui na Capela, à esquerda. São 25 anos, 10 mil toneladas por mês de lixo tóxico.

JI – Consta no seu plano de governo fazer concurso público e revisão do piso nacional do magistério. Qual o nível de prioridade?

Paulo Azeredo – A questão é prioritária no primeiro semestre de governo. Vamos rever o plano de carreira do magistério, e também tem mais a questão do IFA, que é o fundo de incentivo que os agentes de saúde e endemias recebem do Ministério da Saúde, por família que visitam.

Os primeiros atos de governo serão: pista de rodeio, Carnaval, tem que ter nosso Carnaval de rua de novo, expansivo aos bairros também, concurso público e rodeio. A nossa determinação é de abrir concurso público nos primeiros dias de governo.

JI – Em sua atuação parlamentar, o senhor constantemente faz críticas, cobranças e pedido de informação com relação a serviços terceirizados. O senhor não pretende fazer o uso desse tipo de contratação?

Paulo Azeredo – Em casos que não são emergenciais. Por exemplo, nós compramos como prefeito uma escavadeira hidráulica no valor de R$325 mil, em cinco dias dragamos o arroio Montenegro e a parte de cima do Arroio da Cria. Nos deram aquele golpe e contrataram uma empresa por R$300 mil para dragar a parte de cima do Arroio da Cria, quase o preço da máquina. Agora, na questão das cheias aqui na Câmara, minha responsabilidade é buscar projetos para minimizar as cheias ou solucionar. A gente é meio maluquinho por fazer as coisas.

Tem coisas que não concordo. Por que nós temos hoje um limite prudencial de mais de 51% e contratando gente? Sabemos que o limite de alerta do Tribunal de Contas do Estado é 48.7. O município trabalha com mais de 51.

Quando prefeito, assumimos a Prefeitura, em 47.8%. Reduzimos em dois anos e meio para 43,4%. É incrementando a receita e controlando gastos. Quando levamos aquele golpe tínhamos mais de R$19 milhões em caixa. Hoje estão deixando a Prefeitura com mais de R$50 mil de dívida.

“Não me chamo Paulo Azeredo, se não tiver rodeio no ano que vem.” Foto: arquivo Jornal Ibiá

JI – Em que serviços o senhor acha que pode ter mão-de-obra terceirizada?

Paulo Azeredo – Depende da urgência e emergência. Por causa da calamidade, é pertinente que tivesse contrato com terceirizada para limpar rapidamente a cidade. Agora as dragagens, tanto do rio como dos arroios, não tem uma certa urgência, mas é necessária, porque agora não tem a previsão de chuvaradas, mas tem que limpar. Temos um tempo para limpar até a próxima chuvarada.

Então, a necessidade de contratos é de acordo com a emergência. Temos seis patrolas, uma máquina, seis retros, então tem que ver o que precisa.

Queremos implantar a coleta municipal de lixo. Hoje a empresa de lixo não tem controle, pesagem, nem nada. O nosso lixo reciclável vai ser levado para Potreiro Grande, no galpão que demoliram.

A ideia é recompostar todo o lixo orgânico. O lixo orgânico, que é enterrado lá em Minas do Leão e pagam R$ 140 mil por mês para levar para lá, será deixado aqui. Esse adubo orgânico pode retornar para a agricultura através de convênio. Teríamos cooperativas trabalhando junto conosco, selecionando o lixo, levando o seletivo ali.

JI – No seu plano de governo tem, por exemplo, a criação de UPA, mais postos de saúde, creche noturna, ampliar as vagas já existentes. Tudo isso vai gerar necessidade de pessoal. O senhor disse que Montenegro está no limite da folha. Como o senhor vai equalizar isso?

Paulo Azeredo – Eu disse também que quando prefeito, assumimos já com um alerta para o limite e reduzimos em 4%. Nós reduzimos, controlando as emissões de notas, incentivando a produtividade do município, aumentando a receita.

Entendemos que as empresas locais têm que ser prestigiadas. Quantos dos empresários que geram emprego aqui ganham incentivo? É importante valorizar o que temos aqui, que fizeram e fazem a história de Montenegro.

Outra questão que encaminhei ao Estado é por que não permite que as empresas que estão na beira do rio Taquari, onde já não tem mais espaço para novas instalações, se instalem aqui? Essas empresas poderiam vir para a terceira geração do Polo, gerar emprego para Montenegro.

JI – No seu plano de governo, não encontramos nada referente ao setor produtivo, de incrementar ou de atrair novas empresas. Como o vai aumentar a receita para poder equalizar a demanda de pessoal?

Paulo Azeredo – Sim, nosso plano de governo é um plano mínimo, extensivo. Vamos ouvir as pessoas. Estamos buscando a criação do departamento da juventude, do idoso, do tradicionalismo, não só rodeios, mas a parte cultural, que envolve incentivar a família.

O SESI trabalha com os idosos, são mais 200 idosos. O prédio da Estação da Cultura poderia ser um local de entretenimento para o idoso com seus familiares.

JI – Com relação ao desempenho das Escolas Municipais no IDEB, no Ensino Fundamental, o que pode ser feito para melhorar os índices atuais que não evoluiram?

Paulo Azeredo – Fui professor. Eu entendo que precisa valorização do professor, interação de professor e aluno. Hoje, qual a relação que existe entre pai e filho? A do celular. O filho pega o celular e aprende um monte de coisa. As pessoas sabem, realmente, mas tem que ter uma construção entre família, escola e criança.

A biblioteca hoje é vazia. Claro que tem outras maneiras de buscar, mas não tem mais a cultura de ler. São poucos que incentivam. Entendo que tem que haver chamamento dentro da própria escola.

Acho que falta integração, aumentou a distância entre aluno e professor. O problema é o celular. Temos que familiarizar mais a relação pai, aluno e professor e juntos buscarmos melhorar esse índice.

JI – Explique melhor a ideia de implantar subprefeituras e a descentralização de alguns serviços administrativos. Como será o funcionamento na prática?

Paulo Azeredo – Hoje, se você quer uma máquina tem que fazer a inscrição, protocolar, ir no banco pagar a taxa, voltar mostrar que pagou a taxa e espera, espera…

Com as subprefeituras, quem quer a máquina, faz um Pix, paga, já sai com a ordem, pode ir embora. Quanto ao talão de nota, hoje a pessoa tem que vir ao Centro. A ideia é levar o sistema de emissão e não ter que ir lá na Rua Campos Neto para tirar, na Secretaria Rural. Temos que ver o que também pode melhorar.

Planejamos creche que regionaliza, um posto de saúde que integra as comunidades. Por exemplo, onde tem posto de saúde no interior? Muda Boi e Santos Reis. A região toda do campo, Porto Garibaldi, Vendinha, Calafate, e tantos outros, não tem posto de saúde. Compraram o prédio no ano passado e não botaram posto.

JI – O senhor tem batido muito na questão da segurança na travessia da RSC-287, no trecho entre a Panorama e a Santo Antônio. O que o senhor pretende fazer para solucionar este problema?

Paulo Azeredo – Fizemos, no Panorama, uma rotatória humana no meio da faixa mostrando que era possível reduzirmos a velocidade. O Ministério Público mandou instalar semáforos lá, e o prefeito que me substituiu, meu vice-prefeito na época, não botou os semáforos na travessa do Santo Antônio e Panorama. Naquela época, já em 2014, mais ou menos, tínhamos em torno de cento e poucos mil em sinaleiras.

Sabemos que os semáforos locais, das ruas, estão sendo trocados por aqueles de tempo. E as sinaleiras estão sendo guardadas. Nós poderíamos aproveitar as sinaleiras.

Hoje o acesso da rodoviária ao bairro Santo Antônio é pela rua Ernesto Zietow. Você tem que ir lá no meio da quadra para atravessar a rua, e não tem o meio fio alto. Não tiveram a preocupação com o PDS, com o ciclista, com o cadeirante. Se for preciso, vamos fazer a passarela bem ampla, larga, protegida.

Eles têm um projeto, para um viaduto na Comauto, que, pessoalmente, sou contra. Eu faria uma rotatória bem larga.

JI – O senhor dará continuidade ao processo de revitalização do Parque Centenário que está em curso?

Paulo Azeredo – Vimos que lá em Gramado, quando um prefeito faz um projeto, o outro que assume depois dá continuidade. Lamentavelmente aqui não acontece isso. Nós fizemos aquela cancha de rodeio no Parque Centenário, porém foi demolido. Eu não pretendo fazer isso.

 JI – Se eleito, o senhor terá dois anos de mandato junto ao governador, que é do seu partido. O que vai priorizar para pedir ajuda em investimento do Estado?

Paulo Azeredo – A primeira coisa que nós estamos tentando fazer é buscar soluções para o Rio Cai.

Uma das questões que envolve muito o governo estadual e federal são recursos para minimizar ou solucionar as enchentes. Limpar os arroios e sangas, desassorear. Tem projetos de um dique, e eu sugiro um dique-estrada.

Seria tudo uma garantia, que a nossa água tirada aqui com a chuva iria ser transportada para cima, para o outro lado, e teria comportas fechadas.

JI –  O senhor fala bastante na questão do impeachment, como é que vai ser seu relacionamento com a Câmara?

Paulo Azeredo – Pode ser bom. Não devo nada para ninguém, mas eu não quero pegar nada de ninguém. E essa é a questão complicada.

Quando a gente teve aquele golpe, amigos se venderam fui traído por eles. Olha a situação que eles estão hoje, eu estou aqui com a consciência tranquila, pagando pelo que não fiz.

JI – O que o senhor faria diferente no novo mandato e por que o eleitor deve votar em Azeredo e Dirce?  

Paulo Azeredo – A saúde primária é nossa responsabilidade, a saúde secundária do Estado. O que for de saúde secundária e que não for atendido, vamos pagar e buscar o ressarcimento do Estado.

Prioridade sim valorizar a vida, a saúde, a educação, valorizar a produção primária. Vamos fazer o gabinete do povo de novo, vamos tentar buscar as coisas mais juridicamente amparados.

Águas passadas não movem moinhos. Estamos aqui para ouvir os montenegrinos

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