investimento do varejo brasileiro em tecnologia desacelera

Após a mudança de patamar durante a pandemia, a parcela dedicada à tecnologia no orçamento de investimentos — capex, no jargão do mercado — das principais varejistas brasileiras encolheu, segundo análise do BTG Pactual.

De acordo com o relatório, de 2019 a 2021, os investimentos em tecnologia cresceram de 16% para 31% do capex — uma obrigação, claro, diante das sucessivas quarentenas e do imperativo digital como única alternativa de vendas.

No entanto, o BTG observa que, a partir de 2022, o ímpeto arrefeceu — mesmo com a euforia em torno da IA generativa, onipresente no discurso de dez entre dez CEOs de empresas listadas. Em 2023, a parcela dedicada à tecnologia caiu para 29% do capex; no primeiro semestre deste ano, a fatia já estava em 27%.

O relatório também aponta uma certa dicotomia nos orçamentos analisados:

“Destacando alguns casos específicos, vemos que os investimentos da C&A em tecnologia dispararam de 33% em 2019 para 62% do seu capex em 2023, enquanto os investimentos da Magazine Luiza cresceram de 23% do capex total para 80% em 2023. Por outro lado, outras empresas parecem ter concluído a fase mais intensa de seus esforços de digitalização, com o capex em tecnologia desacelerando recentemente, como é o caso de Renner, Soma e Raia Drogasil.”

No caso da Renner, o percentual chegou a 49% em 2020 e agora está em 42% — ainda assim, acima da média do mercado.

“Nos últimos anos, a Renner tem investido no desenvolvimento de novos modelos e técnicas analíticas, incluindo ferramentas de IA capazes de detectar tendências de moda. Além disso, a distribuição entre seus centros de distribuição e lojas foi otimizada usando análise de dados, com mais de 3 milhões de peças enviadas por meio de um processo desenvolvido internamente pela Renner”, observou o relatório.

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