Com um histórico de atuação na área da educação, Macaé Evaristo foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária municipal da capital mineira, entre 2005 e 2012, e do Estado, entre 2015 e 2018, nas gestões de Fernando Pimentel (PT) e Marcio Lacerda (PSB).
Entre 2013 e 2014, foi titular da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC) durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Coordenou a implantação de programas de inclusão de indígenas na rede municipal de Belo Horizonte e as cotas para ingresso de estudantes de escolas públicas, negros e indígenas no ensino superior, quando esteve no governo federal.
O histórico de atuação na educação começou em 1984, quando iniciou a carreira pedagógica como professora da rede municipal de Belo Horizonte. Filha de professora, Macaé Evaristo aliou a luta pelo acesso de crianças e adolescentes à discussão sobre o racismo.
“Eu cheguei a Belo Horizonte e fui trabalhar no bairro Tupi, que é um bairro da região norte que, ainda hoje, é a região com o menor IDH da cidade. Quando eu cheguei na primeira [escola] que eu trabalhei, que é a Sebastião Novaes, as famílias dormiam na fila para ter uma vaga para as crianças aos sete anos de idade. É uma coisa que me motivou muito. Imediatamente, eu fui trabalhar nessa escola e comecei a participar do movimento popular junto à associação de bairro. Era uma luta por moradia associada a uma luta por acesso à educação. As famílias não tinham educação para todos. Ainda estávamos na ditadura militar”, contou Macaé Evaristo em entrevista ao projeto “Campanha de Mulher”, desenvolvido em 2018 pela Mídia Ninja e Ella (Rede Internacional de Feminismos).
Durante o mandato como deputada estadual, Macaé foi crítica ao governador Romeu Zema (Novo), aliado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista à Fundação Perseu Abramo, ligada ao Partido dos Trabalhadores, ela criticou a política de implantação de escolas cívico-militares, uma das bandeiras bolsonaristas na educação.
“Em Minas Gerais, o atual governador, que foi reeleito, tem um pensamento bem distinto. Ele é privatista. Mas, para além de querer privatizar a educação, é um governo também que compactuou com cortes na educação e que compactuou com essa ideia de uma escola cívico-militar, que, para mim, é uma ideia autoritária. Uma escola construída em uma égide autoritária, repressora, para as camadas populares, que inclusive atenta contra meninas negras que não podem usar o cabelo black”, afirmou, em abril de 2023.