Os países pediram que a Nicarágua “liberte todas as pessoas detidas arbitrariamente; que permita a comunicação e as visitas de advogados e familiares a todos os detidos, e que restaure os direitos das pessoas privadas de sua nacionalidade”. Eles também fizeram um apelo para que Ortega permita que as equipe da ONU entrem no país,
ONU diz que repressão aumentou
A intervenção do Brasil ocorreu depois que a ONU apresentou um informe no qual denunciava uma “regressão geral da situação dos direitos humanos na Nicarágua”. “No último ano, a perseguição aos oponentes e àqueles que são vistos como vozes dissidentes contra o governo se intensificou”, alertou Cristian Salazar, representante do órgão.
Segundo ele, o espaço cívico continua a se desgastar em um contexto de repressão sistemática das liberdades públicas e alertou que as novas leis podem intensificar ainda mais a perseguição e a repressão aos nicaraguenses, especialmente os exilados, e aos estrangeiros.
A ONU estima que, em julho deste ano, 141 pessoas, 116 homens e 25 mulheres, ainda eram vítimas de detenções arbitrárias.
“A natureza arbitrária da privação de liberdade, bem como a crueldade dos maus-tratos e da tortura, continuam a ser motivo de grande preocupação. O assédio se estendeu a seus parentes, que são proibidos de falar sobre os casos, sob ameaça de perder o direito de visita ou de prender outros membros da família”, denunciou.