Enquanto as discussões sobre a Reforma Tributária avançam no Congresso Nacional, as empresas preparam sua transição para as novas regras fiscais. Por mais que a expectativa do mercado seja que o novo cenário reduza a complexidade do atual sistema, visto como excessivamente burocrático, esse será um processo longo e detalhado, que exigirá muito trabalho das equipes responsáveis. Diante disso, a tecnologia desponta como uma poderosa aliada, com a inteligência artificial se tornando cada vez mais presente.
“Com a Reforma Tributária, ficaremos mais simples do que estamos, mas continuaremos mais complexos que o resto do mundo”, explica Luciano Sousa, sócio da All Tax, empresa especializada na criação de sistemas para automatizar processos e garantir a acuracidade, a conformidade e a governança das informações contábeis e fiscais. “É importante não criar expectativas extremamente otimistas sobre as facilidades que poderão vir dela”, acrescenta.
A reforma promoverá mudanças significativas nas regras tributárias do país, com substituição de tributos e mudanças de alíquotas. É um processo complexo, que deve começar em 2026 e terminar apenas em 2032. Nesse período, as companhias precisarão estar atentas a regras de transição entre o formato atual e o novo.
“A tendência é que se tenha definições sendo feitas nos próximos meses e anos, e os tempos devem ser mínimos para as empresas se adaptarem”, alerta Roberto De Lazari, diretor de vendas e alianças da All Tax. “As empresas precisam ter uma ferramenta tributária altamente flexível, pois uma coisa é o governo publicar uma nova obrigação com um ano de antecedência, outra é publicar uma alteração ou definição de layout uma semana antes.”
A inteligência artificial agiliza e melhora muito o processo. A All Tax incorporou a tecnologia na sua plataforma TIMP (Tax Intelligence and Management Platform), que automatiza essas tarefas. Com isso, assim que uma nova determinação é publicada pelas autoridades, a IA lê sua documentação -que pode ter dezenas de páginas- e automaticamente a traduz em regras na plataforma, garantindo que a empresa esteja sempre em conformidade com a legislação. Sobre isso, a equipe da All Tax realiza controles e checagens, combinando a agilidade da IA com a análise crítica de profissionais humanos.
A TIMP também oferece outro diferencial, que é sua plataforma low-code. Com ela, os clientes têm a flexibilidade de, se assim desejarem, realizar mudanças e emitir relatórios específicos, não-previstos originalmente. Isso acontece sem a necessidade de se escrever uma linha de código sequer e é particularmente importante para atender demandas de fiscais ou de gestores da empresa, gerando o resultado em poucos minutos, de maneira simples.
“O mercado está cada vez mais dinâmico e as exigências mudam o tempo todo”, afirma De Lazari. “Então, por mais que a gente entregue um produto que esteja 100% dentro do processo tributário do cliente, muitas vezes ele precisa fazer uma análise um pouco diferente.”
Toda essa flexibilidade é muito bem-vinda, facilitando e agilizando os caminhos da Reforma Tributária. Mas o Brasil e suas “jaboticabas” exigem que clientes e fornecedores conheçam as nuances do nosso mercado, inexistentes em outros países. Nesse sentido, De Lazari faz questão de frisar que a All Tax é uma empresa nacional, criada em 2011 por uma joint-venture de duas companhias do país: a Lex Consulting, especialista em planejamento tributário, e a Agile Solutions, com grande experiência em tecnologia SAP, em cujas plataformas o TIMP trabalha. Em 2013, a própria SAP Brasil tornou-se sócia do negócio.
“É preciso que as empresas estejam com o pé no chão, conscientes de que essa transformação não vai se dar da noite para o dia, exigindo um esforço realmente muito grande delas”, destaca Luciano Sousa. Segundo o executivo, “quanto mais o fornecedor de tecnologia tributária tiver conhecimento fiscal, mais o cliente otimizará a sua gestão fiscal e minimizará os seus riscos tributários”.
Entre os clientes da All Tax, estão empresas de grande importância nacional, como Petrobras, BRF, Procter & Gamble, 3corações, Sicredi e CTG. Estima-se que 8% de todo o PIB do Brasil passe pelas suas soluções.