Desafios, potencialidades e soluções na área de Inteligência Artificial (IA) foram debatidos em evento do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) dos estados da Região Sudeste, no auditório do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE/MG), em Belo Horizonte, nesta quinta-feira – 12 de setembro. Participaram cerca de 300 integrantes de mais de 75 instituições civis e militares do Executivo, Legislativo e Judiciário, Ministério Público, universidades, associações e empresas.
Os debates abordaram os usos da IA no setor público, os impactos na vida do cidadão e os desafios éticos, de governança e de regulação. Na abertura do encontro, o diretor-adjunto da ABIN, Marco Cepik, afirmou que o evento é uma oportunidade para reflexão sobre a temática da IA e também para a integração dos representantes do Sistema Brasileiro de Inteligência.
O diretor-adjunto citou como desafios da IA o desenvolvimento da infraestrutura de dados, o desempenho de universidades e do setor empresarial, a capacitação na área, a retenção de quadros e talentos brasileiros, a recuperação da produtividade do trabalho e a regulação e governança. “Há grandes incertezas, grandes apostas e grandes desafios para todos nós. É preciso mitigar efeitos negativos e ao mesmo tempo nutrir para que melhores soluções venham a contribuir para o desenvolvimento da sociedade”, disse Cepik.
O vice-presidente do TCE/MG, o conselheiro Durval Ângelo, afirmou que a Corte tem se debruçado sobre esse tema há quase duas décadas. Ele apontou a preocupação com o uso da IA, que deve ser pautado pela ética e responsabilidade em benefício da sociedade e do progresso. “Alertarmos a necessidade de proteção de dados e um uso da Inteligência Artificial garantindo em todos os aspectos o devido processo legal”, declarou.
Também participaram da mesa de abertura o desembargador Paulo de Tarso Tamburini, presidente do Gabinete Integrado de Segurança do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais; Rodrigo Fontenelle, controlador-geral do Estado de Minas Gerais; e Paulo Borges, juiz auxiliar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Sessões de debates
O primeiro painel apresentou transformações digitais e usos da IA. O diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações (Cepesc) da ABIN, Juliano Rodrigues, destacou o salto de inovações da IA em curto espaço de tempo, o que, segundo ele, traz desafios como o da regulação, da proteção de informações e da soberania de Estado. “É necessário pensar em modelo de IA próprio de Estado que reflita a proteção e a soberania de dados”, declarou.
A sessão também discutiu sobre desinformação durante processos eleitorais e o uso da IA na defesa da Democracia, a fim de neutralizar fake news, alertando eleitores em tempo real e reforçando a transparência e a legitimidade do sistema eleitoral.
O segundo painel apresentou os impactos da IA, por exemplo, nas organizações, nos serviços públicos, na vida do cidadão, no Direito e no Trabalho. Já a terceira sessão finalizou o encontro com aspectos de ética, governança e regulação da IA.