Governo trabalha em 2ª fase da depreciação acelerada

Eventual nova etapa seria feita em 2025 e 2026; vice-presidente não confirma se haveria ampliação das atividades contempladas

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta 6ª feira (13.set.2024) que o governo trabalha na 2ª fase do programa de depreciação acelerada. 

Uma eventual implantação da nova etapa se daria em 2025 e 2026, disse. O vice-presidente não confirmou se haveria ampliação dos setores contemplados pela medida ou qual seria o montante disponível de crédito. 

Na 1ª etapa, foram destinados R$ 3,4 bilhões para a medida, divididos igualmente entre 2024 e 2025. Foram contempladas 23 atividades econômicas do setor industrial. Segundo Alckmin, um dos critérios para elaboração da lista foi não incluir setores já contemplados por regimes especiais.

“Para a 2ª fase nós precisamos de mais recursos, para o governo poder abrir mão desse fluxo”, declarou em entrevista a jornalistas. Segundo Alckmin, a depreciação acelerada não tem impacto fiscal, porque o governo não abre mão de receita. Há impacto, no entanto, no fluxo de recursos recebidos.

O montante destinado para a 1ª fase da depreciação acelerada, afirmou, já foi incluído no Orçamento do governo federal de 2025. Uma eventual 2ª fase ainda precisaria ser contabilizada. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou em maio de 2024 a lei que cria o mecanismo de depreciação acelerada que atua sobre os recursos destinados pelas empresas para a compra de máquinas e equipamentos. 

A depreciação já existia, mas era feita em um período maior (14 anos em média). Com a aprovação do projeto, o abatimento se dará em um período de até 2 anos.

A medida estabelece o abatimento do valor dos bens de capital adquiridos em declarações futuras de IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). 

O vice-presidente afirmou que a medida atua em 2 desafios: aumentar o investimento no país e a produtividade da indústria brasileira. “O momento é bom porque a ociosidade nas indústrias caiu, a capacidade instalada subiu e chegou a 83,4%. As empresas vão querer comprar máquinas e equipamentos e ampliar sua fábrica para poder produzir mais”

Ainda segundo a autoridade, um estudo feito pelo Bradesco estima que os R$ 1,7 bilhões de créditos destinados a 2024 levarão a um aumento de R$ 20 bilhões dos investimentos feitos pelas empresas. 

ATIVIDADES BENEFICIADAS

Nesta 5ª feira (12.set), o presidente Lula assinou o decreto que define as 23 atividades econômicas do setor industrial beneficiadas na 1ª etapa da medida. 

Leia abaixo os setores atendidos na 1ª fase da depreciação acelerada:

  • Alimentos;
  • Artefatos de couro, artigos para viagem e calçados; 
  • Produto têxteis;
  • Confecção de artigos de vestuário e acessórios;
  • Produtos de madeira;
  • Papel e celulose;
  • Impressão e reprodução de gravações;
  • Biocombustíveis;
  • Produtos químicos (exceto beneficiados pelo Reiq);
  • Farmacêutico;
  • Produtos de borracha e plástico;
  • Minerais não metálicos;
  • Metalurgia;
  • Produtos de metal;
  • Equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos;
  • Aparelhos e materiais elétricos;
  • Máquinas e equipamentos;
  • Peças e acessórios para veículos;
  • Equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (fabricação de trens, navios e aeronaves);
  • Construção de edifícios;
  • Móveis;
  • Obras de infraestrutura;
  • Produtos diversos (material de escritório, guarda-chuva, painéis, letreiros, joalheria, instrumentos musicais, artigos esportivos e outros produtos considerados de produção residual).



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