Brasileiros adotaram rápido IA generativa, mas uso escancara desigualdades | Inteligência Artificial

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“Embora seja uma ferramenta democrática, as classes mais altas têm a percepção de que vão conseguir aprender e dominar a tecnologia, o que não acontece tanto nas mais baixas”, diz Karina Milaré, sócia da HSR Specialist Researchers. “Quem aderiu à IA já está fazendo isso de maneira bastante intensa.”

Entre as ferramentas favoritas, a liderança do ChatGPT não chega a surpreender, já que foi a primeira IA a que os brasileiros tiveram acesso e aquela com a qual estão mais acostumados. A surpresa é ver a Meta AI em segundo lugar. “Esse modelo traz alta usabilidade, por estar acoplado ao WhatsApp. Para as pessoas que usavam menos, foi uma boa novidade. Interessou especialmente ao público mais maduro”, diz Karina.

Muitos usuários ainda têm dificuldades para usar a IA generativa. Isso fica claro quando, na questão sobre desafios, são citados “aprender a usar a IA”, “dificuldades em entender como as ferramentas funcionam” e “dificuldades para encaixar as ferramentas na rotina profissional”. Na hora de escolher a melhor ferramenta, usabilidade e facilidade de uso ficaram em primeiro e segundo lugares.

Otimista, o brasileiro acredita que a tecnologia terá impacto positivo no futuro, tanto na sua vida pessoal (70%) quanto no mercado de trabalho (73%). No caso do futuro do planeta, o número cai um pouquinho, para 65%. Pouco, se levarmos em conta o enorme volume de energia consumido pelos modelos de linguagem.

“A maioria das pessoas desconhece esse efeito negativo da tecnologia”, diz a pesquisadora. A regulamentação é apoiada por 72% dos brasileiros. “Todos já ouviram falar de questões de privacidade, desinformação, fraudes e golpes. E acreditam que a regulamentação pode ajudar a resolver esses problemas”, diz Karina.