O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) coordenou, entre 09 e 12 de junho de 2025, a 1ª Oficina Imersiva de Inteligência Artificial – AI Quantum Leap for Climate, no Hotel Nacional Inn, em São José dos Campos. O evento focou no desenvolvimento de sistemas de IA aplicados a dois projetos: o SisMOM (Sistema de Monitoramento e Modelagem Oceânica e Costeira) e o SIPEC (Sistema Inteligente de Previsão de Extremos Climáticos), ambos coordenados pelo Dr. Paulo Nobre.
O evento reuniu especialistas em IA de instituições parceiras envolvidas no projeto SisMOM, incluindo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-CIMATEC), a SiDi (ICT especializada em Tecnologia da Informação e Inteligência Artificial), o Centro de Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina da Universidade de São Paulo (CIAAM-USP) e o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), com o objetivo de promover discussões técnicas e científicas sobre aplicações de inteligência artificial em estudos climáticos.
A oficina contou com a apresentação do Dr. Gilberto Queiroz sobre o Programa Base de Informações Georreferenciadas do INPE (BIG/INPE). A exposição permitiu aos participantes conhecer tecnologias satelitais, produtos e serviços do INPE que serão fundamentais para o fornecimento de dados ao SIPEC e ao SisMOM.
A estrutura imersiva da oficina favoreceu a troca de conhecimentos e a elaboração de estudos preliminares, incluindo esboços iniciais para Provas de Conceito previstas no programa. Como resultado do trabalho colaborativo entre as instituições, foi produzido um artigo científico, que será submetido para publicação na Revista Parcerias Estratégicas do CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, unidade do MCTI). A iniciativa visa ampliar a divulgação científica sobre o papel da IA em previsões climáticas, com destaque para a COP30.
Sobre os Projetos
O projeto SisMOM: Monitoramento Inteligente das Águas Jurisdicionais Brasileiras visa integrar tecnologias espaciais – como satélites, redes de bóias e modelos de previsão oceânica – com técnicas de IA para detecção de embarcações, manchas de óleo e modelagem de sua dispersão. O sistema busca antecipar riscos ambientais, auxiliando gestores públicos na mitigação de desastres marinhos.
Já o SIPEC: Sistema Inteligente de Previsão de Eventos Climáticos Extremos é voltado para o desenvolvimento de um sistema de IA especializado na previsão de extremos climáticos, adaptado às características do território brasileiro. Presente no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) e com metas de previsão de até 12 meses de antecedência, o projeto visa reduzir erros sistemáticos em modelos climáticos, contribuindo para a resiliência nacional frente a secas, inundações e outros eventos severos.

