No início de 2024, as gigantes da tecnologia, Amazon, Microsoft e Alphabet, enfrentam uma pressão crescente para mostrar resultados concretos de seus investimentos milionários em inteligência artificial. Wall Street esperava que estas empresas apresentassem vendas robustas derivadas de suas iniciativas em IA, mas os números mostraram uma realidade diferente.
As ações da Alphabet, por exemplo, caíram 6,1% após a divulgação dos resultados. A Microsoft também viu suas ações caírem, e a Amazon registrou uma queda de mais de 8%. Esse desempenho negativo levantou dúvidas sobre a eficácia e a velocidade da implementação da inteligência artificial por essas empresas.
Uma das grandes apostas do Vale do Silício para 2024 era a massificação da IA gerativa, tecnologia capaz de criar textos, imagens e vídeos a partir de comandos simples. Contudo, essas expectativas ainda não se traduziram em lucros expressivos. Tanto a Gemini, do Google, quanto a Copilot, da Microsoft, ainda não demonstraram o impacto financeiro esperado.
Como Está o Crescimento da Nuvem?
Apesar dos desafios enfrentados com a inteligência artificial, as divisões de computação em nuvem de Amazon, Microsoft e Alphabet mostraram um crescimento saudável. Esses serviços de nuvem são essenciais para a IA gerativa, pois requerem grandes recursos computacionais.
Entretanto, esses ganhos na nuvem não foram suficientes para conter a impaciência dos investidores, que esperam um retorno mais rápido após os volumosos investimentos em infraestrutura de IA.
Por Que os Investimentos em IA Não Estão Rendendo Como Deveriam?
Os analistas apontam várias razões pelas quais os investimentos em inteligência artificial ainda não renderam os frutos esperados. A Amazon, por exemplo, projetou uma receita operacional que desapontou os analistas, mesmo com uma campanha agressiva de corte de custos conduzida pelo CEO Andy Jassy.
Já a Alphabet foi criticada pelo guidance pouco específico sobre o crescimento da IA. Apesar disso, o CFO Brian Olsavsky defendeu os investimentos em capital, destacando a criação de algoritmos sofisticados para decisões de investimento que, segundo ele, suportarão um negócio multibilionário de receitas.
Quais Empresas Conseguiram se Sobressair?
Contrariando a tendência, a Meta, controladora do Facebook, teve uma avaliação mais positiva. A empresa aumentou a previsão de despesas de capital e mostrou um crescimento de receita acima do esperado. O CEO Mark Zuckerberg destacou que os investimentos em IA foram cruciais para melhorar os segmentos de anúncios e recomendações de conteúdo.
A Apple também se destacou ao afirmar que novos recursos de IA impulsionarão as atualizações do iPhone, ajudando a empresa a se recuperar de uma desaceleração nas vendas, especialmente na China.
Impacto nas Fabricantes de Chips
Além das gigantes de tecnologia, as fabricantes de chips também foram impactadas. A Nvidia viu suas ações caírem 6,7%, enquanto outras, como SK Hynix e Taiwan Semiconductor Manufacturing, seguiram a tendência de queda. Empresas como Intel enfrentaram um dos piores pregões de sua história devido à perda de participação de mercado para líderes em IA.
A Visão do Futuro
Olhando para o futuro, as empresas precisam provar que a tecnologia de inteligência artificial não é apenas uma moda passageira. Como destacou Jim Covello, chefe de pesquisa de ações do Goldman Sachs, é necessário que a IA comece a resolver tarefas cada vez mais complexas para justificar os altos investimentos. Mark Zuckerberg corroborou essa visão, defendendo que os investimentos em IA são racionais e essenciais para os próximos 10 a 15 anos.
Por fim, a promessa é que, com o tempo, esses investimentos em IA gerem as melhorias significativas esperadas, tanto para os consumidores, quanto para o próprio mercado financeiro.