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Dois avanços que passaram despercebidos, mas podem mudar o jogo da IA

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Tom Barnett

3 minutos de leitura

Nem sempre as maiores inovações são as que ganham as manchetes. Dois avanços recentes no campo da inteligência artificial talvez nem viralizem no TikTok ou no YouTube, mas marcam um momento crucial que pode acelerar – e muito – a chegada da chamada inteligência artificial geral (IAG), uma IA que aprende sozinha e é capaz de agir como os seres humanos.

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DESPERTANDO OS SENTIDOS: WILDFUSION

Nós, humanos, usamos todos os nossos sentidos para entender e interagir com o mundo – visão, audição, tato, paladar e olfato. Até agora, no entanto, a maioria dos sistemas de IA se baseava quase exclusivamente na visão.

Isso está começando a mudar com o WildFusion, um novo sistema desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Duke, nos EUA, que combina visão, tato e vibração.

O robô usado nos testes tem quatro patas e é equipado com câmeras, microfones e sensores táteis. Ele é capaz, por exemplo, de identificar o tipo de superfície em que pisa – como folhas secas ou areia molhada – a partir do som e medir a pressão e a resistência para manter o equilíbrio.

Todas essas informações são integradas em uma única representação, que vai sendo refinada à medida que o robô acumula novas experiências. O plano da equipe é ir além e permitir que o sistema perceba também variações de temperatura e umidade.

Ao integrar dados sensoriais mais diversos, a IA dá um passo importante em direção a uma forma de inteligência mais ampla, parecida com a nossa.

UMA IA QUE APRENDE A APRENDER

O segundo avanço vem de uma parceria entre as universidades de Surrey, no Reino Unido, e de Hamburgo, na Alemanha. Ainda em fase inicial, a pesquisa abre caminho para que robôs sociais – aqueles que interagem com humanos – aprendam sozinhos, com pouca intervenção humana.

A chave está em ensiná-los a direcionar o olhar de forma parecida com o que fazemos em situações sociais. Por exemplo: ao conversar com alguém, aprendemos a olhar para o rosto da pessoa ou para o objeto que ela aponta, e não para os pés dela ou para o nada.

Menino e robô se abraçando
Crédito: Freepik.

Robôs não sabem disso naturalmente – precisam ser treinados. E, até agora, esse tipo de aprendizado exigia supervisão humana constante. Com a nova abordagem, os robôs usam simulações para observar, analisar e – o mais importante – melhorar suas interações sociais por conta própria.

Esse avanço representa um passo significativo para a robótica social e pode acelerar de forma decisiva o desenvolvimento da inteligência artificial geral. Afinal, uma IA capaz de aprender sozinha tem potencial para evoluir em velocidade exponencial – o que pode ser tanto empolgante quanto preocupante, dependendo do ponto de vista.

MENOS ESPETÁCULO, MAIS EVOLUÇÃO

Robôs que dançam ou cães robóticos são impressionantes, mas ainda se encaixam na categoria de IA estreita – aquela projetada para executar tarefas específicas.

Esses exemplos chamam atenção, mas os dois avanços apresentados aqui mudam completamente o jogo: mostram novos caminhos para a IA perceber o mundo e aprender com ele de forma contínua. Isso tem potencial para transformar radicalmente nossa relação com a tecnologia.

Somados aos esforços de pesquisadores e inovadores pelo mundo, esses desenvolvimentos representam um ponto de virada no desenvolvimento da inteligência artificial geral. Pode ser que estejamos nos aproximando do momento em que os passos lentos de hoje se tornarão uma verdadeira corrida rumo ao futuro.


SOBRE O AUTOR

Tom Barnett é sócio e chief data officer do escritório de advocacia Jackson Lewis. saiba mais


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