Conversas íntimas com ChatGPT apareceram no Google e expõem privacidade de usuários
Conversas de usuários com o ChatGPT passaram a aparecer nos resultados de buscas do Google nas últimas semanas, gerando uma crise de privacidade para a OpenAI. Pelo menos 4.500 links apareciam no buscador, muitos com informações pessoais e de identidade, segundo o site Fast Company, que revelou a situação nesta semana.
A empresa confirmou que o problema teve origem em um recurso lançado recentemente que permitia aos usuários compartilhar links públicos de suas conversas com a inteligência artificial. Esses links, por padrão, não eram indexáveis — mas se os usuários marcassem a opção de torná-los “descobertos por mecanismos de busca”, as interações se tornavam visíveis nos resultados do Google e de outros buscadores.
O caso veio à tona após reportagens do Search Engine Land e do Business Insider revelarem que milhares de links com trechos de conversas privadas estavam sendo listados em páginas de busca. Entre os conteúdos expostos estavam mensagens com informações profissionais, dúvidas pessoais, nomes completos, diagnósticos de saúde, detalhes financeiros e até relatos de experiências íntimas.
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Em um dos casos identificados, uma pessoa detalhava ao ChatGPT sua vida sexual, comentava sobre a infelicidade de morar em outro país e buscava apoio para lidar com transtorno de estresse pós-traumático.
A Fast Company cita outro caso em que um usuário dizia ser sobrevivente de programação psicológica e que buscava meios para se desprogramar e mitigar o trauma que havia sofrido.
O recurso de compartilhamento foi lançado pela OpenAI com o objetivo de facilitar o envio de conversas para colegas, redes sociais ou fóruns. Contudo, a função “Make public and discoverable” (em português, “Tornar público e pesquisável”) acabava, segundo analistas, sendo ativada sem que muitos usuários entendessem o real impacto: a inclusão do conteúdo nas bases de indexação do Google.
O escândalo gerou forte reação de usuários e especialistas em cibersegurança, que apontaram falhas graves de design e de comunicação da plataforma. O pesquisador David Rosenthal, ouvido pela TechCrunch, classificou o sistema como “um desastre anunciado”. Já a Fast Company contabilizou mais de 4.500 conversas indexadas com facilidade por mecanismos de busca, inclusive envolvendo grandes empresas como Deloitte, Salesforce e órgãos governamentais.
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Diante da repercussão negativa, a OpenAI anunciou no dia 31 de julho que removeu completamente a função que permitia tornar conversas pesquisáveis. “Havia muitas oportunidades para as pessoas compartilharem, sem querer, informações que não pretendiam”, admitiu o chefe de segurança da informação da empresa, Dane Stuckey. “Estamos desativando essa opção e começamos a trabalhar com buscadores como o Google para remover os links que já foram indexados.”
Fonte: BSB

