A Inteligência Artificial (IA) está transformando a educação, gerando debates sobre seu impacto no aprendizado. Especialistas e educadores se perguntam como garantir que essa ferramenta seja um auxílio, e não um obstáculo ao desenvolvimento dos estudantes.
Jaime Ribeiro, CEO e cofundador da Educa, analisou o “modo estudo” do ChatGPT, a mais recente inovação da OpenAI para o setor educacional.
O “modo estudo” do ChatGPT apresenta uma nova abordagem. Em vez de fornecer respostas diretas, a IA oferece opções e questionamentos, incentivando o usuário a construir o conhecimento gradualmente. Segundo Ribeiro, essa iniciativa busca mitigar críticas de que a ferramenta incentiva o plágio e impede o raciocínio. O objetivo é orientar o estudante no processo de descoberta, em vez de entregar a solução pronta.
Apesar do potencial do “modo estudo”, a preocupação com a passividade dos alunos persiste. Ribeiro reconhece que alguns temem que a IA possa tornar as crianças “preguiçosas”, afetando seu desenvolvimento cognitivo. Para ele, a chave para uma interação eficaz reside no engajamento ativo e na curiosidade do aluno. A ferramenta exige participação para gerar resultados positivos.
A evolução da IA levanta questões sobre o futuro da educação e o papel dos professores. Ribeiro questiona se essa será a primeira experiência de professores comandados por IA, mas ressalta as limitações da tecnologia em comparação com o ensino humano. “O pensamento humano e os mecanismos de aprendizagem exigem muito mais do que sistemas gamificados de perguntas, tipo certo ou errado”, afirma.
Ribeiro enfatiza que, embora um chat possa ser operado por IA, ele não terá a capacidade de ensinar um humano de verdade. A riqueza da sala de aula, a mediação humana e a capacidade de entender as emoções são insubstituíveis.
Nesse cenário, a escola e a família desempenham um papel crucial: ensinar o uso consciente da tecnologia. A inteligência artificial é uma ferramenta, mas a formação de cidadãos críticos depende da orientação humana. O especialista enfatiza que o objetivo da educação não é apenas acumular informações, mas desenvolver a capacidade de processá-las e aplicá-las.
Finalizando sua análise, Jaime Ribeiro declarou: “Nessa disputa aí, eu sou do time professores.” A tecnologia é um recurso, mas o coração do aprendizado reside na figura do professor. Para ele, é fundamental que pais e escolas trabalhem juntos para que a Inteligência Artificial seja utilizada como um complemento inteligente, sob a supervisão de educadores e a orientação familiar.
