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Ator se inspira nas canções de Lampião para trabalho duplo em Guerreiros do Sol · Notícias da TV

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As cantigas registradas por Volta Seca (1919-1997), que integrou o bando de Lampião (1897-1938), serviram de inspiração direta para Marco França em Guerreiros do Sol. Intérprete do cangaceiro Fabiano, o ator também assinou músicas da trilha sonora da novela da Globo, em um trabalho que uniu atuação e composição.

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“Existe o disco com canções de Lampião, que foram registradas, cantadas por Volta Seca, que foi do bando. Essas músicas desse disco estão presentes praticamente todas de alguma forma na trilha do Guerreiros do Sol”, explicou o artista em entrevista ao Notícias da TV.

França interpreta o sanfoneiro que acompanha o grupo de Josué (Thomás Aquino). Para dar realismo, o ator realmente teve a chance de mostrar o seu domínio sobre o instrumento durante as gravações. “Acabou sendo um processo muito natural. Todas as cenas que eu estou tocando ali são sequências em que eu estou tocando de verdade”, diz.

Além dos registros musicais do período retratado, ainda que bastante escassos, o artista também compôs faixas originais. “Foi muito mais fácil eu compor algumas músicas que dialogassem com a cena de uma forma mais direta, de acordo com a temática, como o exemplo de Forró Rosa, que está no primeiro capítulo”, explica.

Na cena em questão, Josué se encanta por Rosa (Isadora Cruz) durante um baile. Marco não só aparece tocando, mas também assina a letra cantada na sequência. “O forró só acaba quando termina, o candeeiro se apaga quando secar. O chiado no chinelo da menina faz meu coração acelerar. Tá bom, tá bom demais, xaxado, xote baião. O cheiro da rosa passa, perfuma meu coração”, relembra, cantarolando.

O ator conta que o processo fluiu de forma orgânica, com o apoio da direção. “Eu adoro compor, e o Papinha [Rogério Gomes], como diretor geral, teve um olhar muito atento e sensível para acolher o que todo o elenco estava disponível para oferecer”, avalia.

A convivência prolongada no sertão também ajudou o elenco a imprimir cumplicidade em cena. “A gente conviveu durante muito tempo, sobretudo na viagem para o Nordeste. Isso nos ajudou muito a levar para as cenas esse caráter da alegria, da afetividade, do humor”, considera.

Segundo Marco, a troca entre eles foi essencial. “O nordestino tem essa coisa de se ver no outro, de se acolher no outro. Isso acabou acontecendo também de uma forma muito amorosa, muito afetiva.”

Maestro e maestria

O ator ainda aproveita a boa fase na TV para expandir sua carreira no cinema. Ele viveu o maestro Levino Alcântara (1890-2014) –aluno de Heitor Villa Lobos (1887-1959) e criador de corais por todo o país– em Homem com H (2025), filme sobre Ney Matogrosso que ultrapassou a marca de 1 milhão de espectadores nos cinemas. “Foi uma grande alegria ter podido interpretar essa figura que muita gente não conhece, fiquei muito encantado”, conta.

Indicado cinco vezes ao Prêmio Shell e vencedor em duas ocasiões, Marco França também prepara um álbum autoral. O trabalho reunirá oito canções compostas em diferentes fases da sua carreira. “É uma fotografia da minha trajetória. São músicas antigas e novas que dialogam com esse percurso.”

Mesmo com tantos projetos, o artista afirma que a motivação segue a mesma de quando começou:

O meu desejo é que a arte desperte isso nas pessoas, a capacidade de ver além do chapéu, sabe? De poder enxergar muito além. Se a gente consegue despertar esse olhar crítico, a gente pode ter um mundo muito mais generoso, com mais amor, dignidade e esperança.

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