O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), se reuniu nesta quinta-feira (8/8) com o procurador-geral da República (PGR) Paulo Gonet. Eles conversaram em meio às tensões pela manifestação da PGR que pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheça a inconstitucionalidade das chamadas “emendas Pix” do Congresso Nacional.
Gonet ouviu os pontos apresentados por Lira e o advogado da Câmara que o acompanhava. Eles entenderam ser importante pontuar o que consideram importante sobre o tema.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) interpretou como inconstitucional o formato atual das chamadas “emendas Pix” e solicitou ao STF o fim imediato da modalidade.
Criada em 2019, a modalidade garante que o dinheiro destinado por parlamentares seja enviado diretamente aos cofres das prefeituras e dos governos estaduais, sem necessidade de fiscalização.
Na decisão, Gonet argumenta que o “perigo” na demora de analisar o tema “advém da possibilidade de danos irreparáveis ou de difícil reparação ao erário e à ordem constitucional em decorrência da realização das transferências especiais”, com “malferimento dos deveres estatais de transparência, máxima divulgação, rastreabilidade e controle social dos gastos públicos”.
Além disso, ele diz que “não é ocioso ressaltar os riscos da continuidade desse sistema de transferências em períodos eleitorais, como o que está por se iniciar”. As eleições municipais de 2024 estão previstas para começar daqui a dois meses, em outubro.
STF determina transparência e rastreabilidade em “emendas Pix”
Em 1º de agosto, o ministro Flávio Dino, do STF, determinou que as “emendas Pix” precisam atender aos requisitos constitucionais da transparência e da rastreabilidade.
Além disso, Dino definiu que haja uma fiscalização das emendas individuais de transferência especial que permitem a transferência direta de recursos públicos por parte do Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).