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Feirão de empregos oferta mais de 100 vagas para pessoas com deficiência em Joinville

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Um feirão de empregos dedicado às pessoas com deficiência (PCDs) oferece, aproximadamente, 180 oportunidades no mercado de trabalho em Joinville neste sábado (20). O evento ocorre no Ginásio da Univille, das 9h às 15h. A entrada é gratuita e tem o ambiente adaptado para ofertar o atendimento adequado para todos os candidatos.

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Com a presença de mais de 40 empresas, as vagas são para várias áreas de atuação, além de exigir diferentes níveis de formação, do fundamental ao superior. O local do feirão é acessível a pessoas em cadeiras de rodas e mobilidade reduzida, além de contar com intérprete de Libras e auxílio da equipe.

Dayane Cristina, de 32 anos, é uma profissional da área de Recursos Humanos que, por meio de uma vaga inclusiva, como as oferecidas pelo feirão, teve a oportunidade de provar que sua deficiência auditiva não limita sua formação e habilidades.

A moradora de Joinville reforça que uma pessoa com deficiência é tão qualificada quanto os demais profissionais do mercado de trabalho.

— As pessoas com deficiência querem viver, procurar empresas, trabalhar, fazer uma faculdade, estudar. Muitos já se formaram e estão procurando um trabalho. Então, às vezes, fizeram uma faculdade que é o sonho da vida deles, mas não querem mais ficar em casa — explica.

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De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego de 2025, em Joinville 231 empresas somam 6.698 vagas que devem ser reservadas a pessoas com deficiência. Deste total, 60,8% delas estão efetivamente ocupadas. Além disso, os dados do Censo de 2010 apontam mais de 30 mil pessoas residentes em Joinville com alguma deficiência em gradações mais severas. 

Preconceito e desafios

No caso específico de Dayane, normalmente o primeiro obstáculo enfrentado é a falta de intérprete de libras. Após a passagem por diferentes empresas, ela conta que apesar do avanço nos últimos anos, muitas empresas ainda precisam se adaptar melhor para receber pessoas com deficiência no cotidiano, não basta apenas ofertar uma vaga.

—  Se eu aceitei trabalhar naquele local e estou me adaptando, por que que o local também não tem que se adaptar? Aprender libras para se comunicar comigo, para a gente ter uma comunicação mínima? Por que não se adaptar a isso? Então, eu já sofri muito com situações assim — relembra.

Ela também explica que algumas funções, como atender o telefone, podem ser adaptadas. Apesar disso, a seleção de candidatos ainda é difícil em determinados casos, por preconceitos ou pensamentos limitantes de contratantes.

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No entanto, Dayane conta que já teve experiências positivas. Por exemplo, no seu último trabalho, a comunicação era adaptada e todo o processo de suas atividades se tornava mais leve por conta disso.

— Eu me sentia muito bem porque na hora das reuniões tinha intérprete. As pessoas dentro da empresa fizeram curso de libras e sabiam falar comigo, então tinha intérprete para tudo, para todas as situações. Eu me senti muito feliz nessa empresa, é muito importante a presença do profissional intérprete — destaca.

Por fim, a profissional reforça que o mercado de trabalho deve estar de portas abertas.

— Não excluam a pessoa com deficiência, escutem o que elas têm a dizer, percebam o que elas têm a dizer — afirma Dayane.

Como participar do Feirão neste sábado 

O evento acontece na 10ª Semana Inclusiva de Santa Catarina e é destinado às pessoas com Deficiência e Reabilitadas do INSS. Os salários médios são de R$2 mil. 

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Os interessados em se candidatar devem levar documento de identidade com foto, o laudo caracterizador da deficiência para trabalho (caso tenham) e seus currículos. As empresas participantes também dispõem de fichas cadastrais para preenchimento no local. O processo é simples, rápido e dependendo dos trâmites internos de cada organização, é possível  que o candidato saia do evento já empregado. 

A realização é da Rede de Inclusão, integrada por instituições do poder público e entidades não governamentais, e conta com o apoio da Prefeitura Municipal, Univille, Instituto IMPAR, Armonia, SINE, CEPAT, entre outras instituições. 

Mutirão de laudo caracterizador da deficiência para o trabalho 

Ainda, durante o Feirão de Empregos será realizado um mutirão para emissão do laudo caracterizador da deficiência para o trabalho, documento necessário para comprovar o enquadramento na Lei de Cotas. O laudo será emitido por uma equipe multidisciplinar, com base em documentos médicos e uma avaliação biopsicossocial da pessoa. O documento é válido apenas para o acesso a oportunidades de trabalho e não para outros benefícios. 

Para emissão do laudo, as pessoas interessadas deverão preencher, previamente, um formulário de inscrição e levar, no dia do feirão, a documentação médica já existente, como exames, laudos e relatórios. 

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Há 34 anos, a Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência (8.213/91) determina que empresas com 100 ou mais funcionários devem adotar percentuais de contratação para pessoas com deficiência. O descumprimento da lei gera multa às corporações. 

*Sob supervisão de Leandro Ferreira

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