Lula diz a ministros que vai devolver relógio Cartier ao TCU

Advocacia-Geral da União recorre da decisão de tribunal que mandou presidente ficar com peça por considerar que sentença abre caminho para absolver Bolsonaro

8 ago
2024
– 19h34

(atualizado às 19h46)

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou durante a reunião ministerial desta quinta-feira, 8, que vai devolver o relógio Cartier recebido de presente em 2005, embora o Tribunal de Contas da União (TCU) tenha decidido que ele pode ficar com a peça.

Aos auxiliares, Lula revelou que telefonou para o presidente do TCU, Bruno Dantas, e manifestou a ele sua irritação com a decisão da Corte. Na conversa, avisou Dantas que está decidido a devolver o relógio ao tribunal. A outros interlocutores, Lula também disse que pode doar o Cartier, em benefício de alguma causa social.

Para o presidente, a posição de ministros da Corte ligados a Jair Bolsonaro se alinhou à tese da defesa do ex-presidente com o claro objetivo de criar condições para absolvê-lo no caso das joias sauditas.



LULA BRASÍLIA DF 08.08.2024 LULA/REUNIÃO MINISTERIAL POLÍTICA OE - O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião ministerial realizada na manhã desta quinta-feira 08 de Agosto no Palácio do Planalto em Brasília. FOTO:WILTON JUNIOR/ESTADÃO

LULA BRASÍLIA DF 08.08.2024 LULA/REUNIÃO MINISTERIAL POLÍTICA OE – O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião ministerial realizada na manhã desta quinta-feira 08 de Agosto no Palácio do Planalto em Brasília. FOTO:WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Foto: WILTON JUNIOR/Estadão / Estadão

A Advocacia-Geral da União (AGU) vai recorrer da decisão do TCU e orientou Lula a aguardar o novo julgamento antes de tomar qualquer atitude sobre o destino do relógio.

Com valor estimado à época em R$ 60 mil, e confeccionado em ouro branco, o Cartier Santos Dumont foi presente da própria fabricante durante visita que Lula fez a Paris, em seu primeiro mandato.

No recurso, a AGU vai argumentar que, quando Lula ganhou o Cartier, não havia norma do TCU que obrigasse os chefes do Executivo a devolver presentes, mesmo sendo de alto valor.

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