Governo bloqueia R$ 1,7 bi do Farmácia Popular e R$ 580 milhões do Auxílio Gás

A decisão de onde bloquear em cada pasta é dos ministérios, e não da equipe econômica. Nesse caso, do Ministério da Saúde e do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).

Procurado, o MDS afirmou que o bloqueio não vai afetar o Auxílio Gás e que caso o o desbloqueio do Orçamento Federal seja insuficiente, a pasta “fará um remanejamento de recursos de outras ações discricionárias para garantir o pagamento” do programa. O Ministério da Saúde não respondeu ao contato.

Relançado em 2023 pelo governo Lula, o Farmácia Popular disponibiliza medicamentos gratuitos aos seus beneficiários e subsidia a compra de tratamentos e remédios. Beneficiários do Bolsa Família têm acesso a todos os medicamentos disponíveis no programa.

O Auxílio Gás é um benefício depositado junto com o Bolsa Família a cada dois meses para custear a compra de um botijão de gás de cozinha de 13 quilos. No último mês, o valor foi de R$ 102 por família.

Outros programas tiveram bloqueios acima de R$ 500 milhões:

  • O programa de estruturação de Unidades de Atenção Especializada em Saúde, do Ministério da Saúde, foi afetado em R$ 578 milhões.
  • O valor de R$ 542 milhões destinado para participação da União em projetos de concessões rodoviárias outorgadas a iniciativa privada, do Ministério dos Transportes, também foi afetado.
  • Houve um bloqueio de R$ 516 milhões para “produção habitacional de interesse social”, que reúne o Minha Casa, Minha Vida.
  • O programa Pé-de-Meia, foi afetado em R$ 500 milhões.

O bloqueio da verba dos programas vem após o congelamento de R$ 15 bilhões anunciado pelo governo em julho. O governo reteve as seguintes despesas:

  • R$ 4,5 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
  • R$ 1,095 bilhão em emendas de comissão
  • R$ 153 milhões de emendas de bancada. As emendas individuais foram poupadas.
  • Também foram congelados R$ 9,2 bilhões em despesas discricionárias do Poder Executivo.

Ao se considerar os cortes nos ministérios, a pasta da Saúde foi a mais afetada, com R$ 4,4 bilhões. Em seguida, vem o Ministério das Cidades (R$ 2,1 bilhões), dos Transportes (R$ 1,5 bilhão) e da Educação (R$ 1,2 bilhão). Os demais órgãos tiveram bloqueios abaixo de R$ 1 bilhão.

Além do Farmácia Popular, os maiores bloqueios do Ministério da Saúde aconteceram principalmente em áreas de custeio para construção e obras de unidades de saúde e estruturas de pesquisa. A pasta bloqueou as seguintes despesas:

  • Estruturação de unidades de atenção especializada em saúde – R$ 578,8 milhões;
  • Apoio ao desenvolvimento e modernização de estruturas produtivas e tecnológicas para fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde – R$ 368,9 milhões;
  • Construção do Complexo Integrado do Instituto Nacional de Câncer (INCA) – R$ 173,3 milhões;
  • Formação e Provisão de Profissionais para a Atenção Primária à Saúde – R$ 124,4 milhões.

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