O futebol feminino dos Estados Unidos ganhou uma nova história curiosa — e tecnológica. A inglesa Laura Harvey, técnica do Seattle Reign, revelou que utilizou o ChatGPT, ferramenta de inteligência artificial da OpenAI, para definir parte de suas estratégias táticas nesta temporada da National Women’s Soccer League (NWSL). O detalhe mais surpreendente: a dica deu certo.
Quando a IA entra em campo

Durante uma entrevista ao podcast Soccerish, publicada nesta quinta-feira (30), Harvey contou que decidiu testar o ChatGPT pela primeira vez na pré-temporada. A ideia era simples: explorar a ferramenta para avaliar formações e estratégias adequadas contra diferentes adversárias da liga.
“Eu literalmente digitei: ‘Qual formação devo usar para vencer os times da NWSL?’”, contou a treinadora, entre risos. “Ele me mostrou todos os times da liga e qual formação eu deveria usar. E, para dois deles, sugeriu jogar com cinco defensoras. Então eu joguei assim. E funcionou.”
O esquema com cinco defensoras, tradicionalmente mais cauteloso, não fazia parte das estratégias habituais de Harvey. Ainda assim, ela decidiu experimentar a proposta. “Foi no início da temporada. Eu disse à comissão técnica: ‘Não estou brincando, foi isso que eu fiz.’ Eles acharam curioso. E deu resultado: ganhamos o jogo.”
Da teoria ao treino
Após a sugestão inicial, a equipe técnica do Seattle Reign não aplicou a ideia de forma cega. Harvey explicou que o ChatGPT serviu como ponto de partida para um processo mais amplo de análise.
“Pesquisamos bastante. Analisamos a fundo. Pensamos em como poderíamos jogar com cinco defensoras, adaptamos o estilo do time e testamos. Gostamos da forma como funcionou”, disse a treinadora.
O resultado positivo reforçou a curiosidade do elenco e da equipe técnica sobre o uso de ferramentas de inteligência artificial no futebol. A estratégia, que começou como um experimento, acabou sendo incorporada ao repertório tático da temporada.
IA como aliada no futebol moderno
A experiência de Harvey reflete um movimento crescente no esporte: o uso da inteligência artificial para análise tática, scouting e tomada de decisão. Clubes e seleções ao redor do mundo já utilizam sistemas baseados em dados para identificar padrões de jogo, prever comportamentos de adversários e otimizar o desempenho de atletas.
Mas o caso da técnica britânica chama atenção por outro motivo — a espontaneidade com que ela incorporou uma ferramenta de uso público, como o ChatGPT, em uma decisão tática real. “Não foi um plano elaborado. Eu estava apenas curiosa. Fiz a pergunta e a resposta fez sentido. Então resolvemos testar”, contou.
O retorno do Seattle e o impacto da inovação
Depois de terminar a temporada anterior na penúltima colocação, o Seattle Reign vive uma recuperação notável em 2025. O time ocupa atualmente o quarto lugar na tabela da NWSL, com boas chances de avançar aos playoffs.
Embora Harvey evite atribuir o sucesso exclusivamente à IA, ela reconhece que o episódio simboliza uma nova fase do futebol moderno. “Não é sobre deixar a tecnologia decidir por nós, mas sobre usá-la para pensar diferente”, afirmou.
Entre análises de vídeo, algoritmos e conselhos digitais, o futebol segue provando que inovação e intuição podem coexistir — às vezes, com resultados surpreendentes.
[ Fonte: CNN Brasil ]

