O prefeito Tiago Amaral (PSD) detalhou nesta quarta-feira (5) a origem e a aplicação do repasse de R$ 11 milhões do governo do Estado, que será utilizado, junto com outros R$ 4 milhões provenientes da CML (Câmara Municipal de Londrina), para compensar o corte orçamentário da Secretaria Municipal de Assistência Social em 2026. A LOA (Lei Orçamentária Anual) elaborada pela equipe do prefeito vem sendo criticada por entidades conveniadas e por trabalhadores da assistência por trazer uma redução de R$ 17 milhões no orçamento da pasta municipal.
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Em entrevista coletiva, Tiago afirmou que o repasse será feito com recursos livres do Estado, destinados à criação de um programa voltado à reinserção de pessoas em vulnerabilidade no mercado de trabalho. O projeto está sendo desenvolvido em conjunto pela Secretaria Municipal de Assistência Social a partir de um convênio com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social e Família.
“Estamos falando de um programa que vem justamente para fazermos a reestruturação, a reinserção no mercado de trabalho”, disse o prefeito. “Londrina tem vagas de emprego, mas as pessoas precisam ter condições de trabalhar. A melhor medida social que temos é, sim, a vaga de emprego, o trabalho e a capacidade de sustentar sua família.”
Segundo ele, a ideia é que o programa acompanhe o processo de retomada do emprego e garanta um “suporte” até que as pessoas em situação de vulnerabilidade social consigam se estabilizar. A Secretaria Municipal do Trabalho, Emprego e Renda também deve integrar as ações, atuando em conjunto com a Assistência Social.
O prefeito lembrou de outras medidas adotadas pelo município, como o lançamento de um edital da Cohab (Companhia de Habitação de Londrina) para a construção de 2.649 moradias populares. “Queremos as pessoas vivendo em moradias dignas e conseguindo sustentar suas famílias”, afirmou.
Articulação Política
Tiago voltou a afirmar que faltava articulação política de Londrina para captar recursos estaduais e federais voltados à assistência social. Para 2026, a pasta tem orçamento estimado em R$ 117 milhões, dos quais 95% vêm dos cofres municipais e 5% de repasses da União.
A previsão representa uma redução de cerca de R$ 17 milhões em relação à projeção para 2025 (R$ 134 milhões). A administração estima que serão executados cerca de R$ 121 milhões neste ano.
“Eu falei desde o início que entendia que os recursos repassados pelos governos estadual e federal eram inexistentes perto do que a Prefeitura bancava. Isso não é uma crítica ao Estado ou à União, mas à mentalidade de achar que, mesmo existindo estruturas que podem financiar essa pasta, Londrina colocava apenas recursos próprios — uma completa falta de articulação política e de conexão com os outros entes”, frisou Tiago, que força que as parcerias estaduais são utilizadas por outros municípios.
De acordo com o prefeito, o desenvolvimento da cidade passa pela responsabilidade fiscal.
“Não adianta a gente se iludir achando que dá para distribuir recursos para todos os lados, esperando que apareça um ‘anjinho da guarda’ para resolver os problemas de caixa do município. Não existe ‘anjinho da guarda’. Outras gestões usaram o ‘anjinho da guarda’, que é o bolso do cidadão, com aumento de imposto — coisa que eu não faço”, acrescentou.
A LOA de 2026 passou por audiência pública na última segunda-feira (3) e segue em tramitação na Câmara de Londrina. Será aberto prazo para apresentação de emendas do Executivo e dos vereadores antes de a matéria voltar ao plenário, o que deve ocorrer na primeira quinzena de dezembro.

