Principais destaques:
- Sam Altman confirma planos da OpenAI de oferecer serviços de nuvem com foco em inteligência artificial.
- Movimento poderia transformar a empresa de consumidora a fornecedora de infraestrutura, competindo com Google Cloud, Azure e AWS.
- Estratégia busca reduzir custos, gerar receita recorrente e aproveitar investimentos bilionários em data centers.
OpenAI quer disputar um novo mercado
A OpenAI, conhecida mundialmente por desenvolver ferramentas como o ChatGPT, deu o primeiro passo para entrar no mercado de computação em nuvem, dominado hoje por Google, Microsoft e Amazon.
O CEO Sam Altman publicou no X (antigo Twitter) que a empresa está estudando formas de “vender capacidade de computação diretamente para empresas e pessoas”.
O comentário marca o início de uma mudança ambiciosa: a OpenAI pode deixar de ser uma das maiores compradoras de serviços de nuvem do mundo para se tornar fornecedora desse tipo de infraestrutura.
Esse é o mesmo terreno onde Google Cloud, Microsoft Azure e Amazon Web Services travam uma das maiores disputas da tecnologia.
Atualmente, as três gigantes concentram cerca de 62% do mercado global de computação em nuvem. A AWS lidera com quase 30% de participação, seguida pela Microsoft com 20% e pelo Google Cloud com 13%. Entrar nesse mercado significa disputar contratos bilionários e integrar o que é hoje a base de praticamente todo o ecossistema digital e de IA.
Da parceria ao concorrente: o novo papel da OpenAI
A decisão ocorre em meio à reestruturação da parceria entre OpenAI e Microsoft, firmada em outubro. A empresa continuará executando parte de suas operações de API no Azure até 2030, mas agora tem liberdade para distribuir produtos como o ChatGPT em diferentes plataformas.
Esse novo desenho elimina um antigo privilégio da Microsoft, que detinha prioridade no fornecimento de infraestrutura. Mesmo assim, a OpenAI firmou o compromisso de comprar US$ 250 bilhões adicionais em serviços Azure ao longo dos próximos anos.
A CFO Sarah Friar havia deixado pistas dessa mudança em setembro, ao afirmar que os parceiros estavam “aprendendo às custas da OpenAI” no processo de construção de data centers especializados em IA.
A frase foi interpretada como uma sinalização de que a empresa está pronta para internalizar parte desse conhecimento e transformar custo em fonte de receita.
Pressão financeira e ambição de crescer
Há razões econômicas claras por trás da transformação. A OpenAI projeta fechar 2025 com mais de US$ 20 bilhões em receita anualizada, mas encara compromissos de infraestrutura que somam cerca de US$ 1,4 trilhão até 2033.
O plano de lançar seu próprio serviço de nuvem é uma forma de utilizar esses investimentos para gerar receita recorrente, tal como fazem as gigantes do setor.
A empresa já diversificou sua base de parcerias, assinando um contrato de US$ 38 bilhões com a Amazon e garantindo outros acordos bilionários com Oracle, Nvidia e AMD.
Com isso, a OpenAI passa a ter controle sobre uma parte significativa da cadeia de valor da inteligência artificial, do chip ao software.
Se concretizada, a nova estratégia posiciona a OpenAI em uma disputa inédita com antigos aliados e marca um novo capítulo na corrida pela infraestrutura que sustenta a era da IA generativa.
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