Adotando uma perspectiva política e social, a revista Nouvel Obs destaca os riscos para a Wikipédia, com a criação de uma concorrente, a Grokipedia, alimentada por Inteligência Artificial e lançada por Elon Musk.
O objetivo parece ser distorcer a realidade, como no caso do aquecimento global, que é tratado como uma “teoria”. A revista francesa critica essa ofensiva tecnológica por desprezar a deliberação, o respeito aos fatos e o voluntariado, pilares fundamentais da Wikipédia.
Sob o ponto de vista econômico, a revista examina as consequências da IA no e-commerce, com assistentes como o ChatGPT ou o Perplexity oferecendo recomendações adaptadas, ameaçando e competindo com grandes empresas como Amazon ou Zalando.
IA é novo petróleo
No plano geopolítico, a Nouvel Obs se concentra no Oriente Médio, com países como os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita vendo a IA como um novo “petróleo”, investindo bilhões de dólares para fortalecer sua soberania digital por meio do controle de dados e da revitalização dos setores estratégicos, como a defesa ou a cibersegurança.
A revista Le Point discute a IA enquanto motor econômico, ferramenta cultural e tema controverso na política. Em termos econômicos, o texto menciona o posicionamento de algumas das big techs como Meta e Google para se apropriar do crescimento da IA.
Em termos culturais, aponta o uso da IA na arqueologia, para ajudar na reconstrução dos hinos babilônicos e dos afrescos de Pompeia, entre outros exemplos.
Na política, cita a IA, em nível local, como aconteceu na candidatura de Virginie Joron (RN), que utilizou imagens geradas por IA para ilustrar a sua campanha em Estrasburgo, no leste da França.
Finalmente, L’Express concentra seu ponto de vista no impacto econômico da IA no mercado de trabalho.
O especialista James Pethokoukis, em entrevista à L’Express, contesta as previsões de um “banho de sangue” do mercado de trabalho, argumentando que, apesar da automação, novas tecnologias tendem a criar mais empregos do que a eliminar.
Ele ataca, ainda, a proposta de criação de uma renda universal básica e defende que os trabalhadores “devem se adaptar” ao novo mercado.

