Neste sábado (6), começa, em São Paulo a nova temporada do Campeonato Mundial ABB FIA de Fórmula E. A etapa nacional, que é patrocinada pela área de computação em nuvem do Google será oficialmente chamada de E-Prix Google Cloud de São Paulo de 2025. A parceria, contudo, vai além do nome.
A união plurianual foi anunciada na última temporada da Fórmula E e, como parte da aliança, os recursos do Google Cloud serão usados para impulsionar a missão do campeonato de redefinir o automobilismo e as corridas elétricas por meio de sua tecnologia, incluindo a plataforma de IA pronta para empresas do Google Cloud, Vertex AI e Gemini.
No centro da parceria está a missão de demonstrar o potencial da IA para gerar um impacto positivo. Para a Big tech, o investimento pode não ser o único em um esporte, mas é a parceria mais estratégica e abrangente. “Porque tem o lado do patrocínio da marca, mas também a integração de tecnologia, com times de engenharia trabalhando para olhar a aplicação da tecnologia”, diz Milena Leal, Head do Google Cloud Brasil.
A executiva afirma ainda que a parceria é muito relevante e bastante estratégia sob o ponto de vista da conexão entre o propósito, a sustentabilidade, o uso da tecnologia e a inteligência artificial. “E, dentro da nossa empresa essa união gera muito informação de casos de uso de IA e formas com que podemos replicar isso de outras maneiras. É uma inspiração para nós”, afirma.
Para o esporte, o objetivo é usar tecnologia para integrações. “Por exemplo, temos muita dificuldade de criar um gêmeo digital — uma versão digital da corrida — porque nossas corridas acontecem em circuitos que podem mudar a cada ano. Mas, com a IA podemos combinar informações como o GPS dos carros e outros dados que são coletados para combinar por meio do Gemini, a IA do Google e fazer isso rapidamente”, diz Dan Cherowbrier, CTIO da Formula E.
Para marcar a nova fase, um novo “Agente de Estratégia”, criado com o Google Gemini, será integrado às transmissões ao vivo, fornecendo dados, previsões e explicações personalizadas à medida que as corridas se desenrolam.
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Legado e futuro
A Fórmula E é o primeiro campeonato mundial totalmente elétrico da FIA e o único esporte com plano certificado para emissões líquida zero. Criada em 2014, a modalidade ainda está longe de reunir a quantidade de fãs de outras categorias, como a Fórmula 1. Mas o fato de ser uma novidade também tem suas vantagens.
“Há uma das maiores proporções entre fãs do sexo feminino e masculino de esportes de corrida. Os números são muito similares. Isso acontece, em parte, porque não temos uma herança que outros esportes têm. Enquanto parte dessa herança é muito bonita, outra parte não é muito inclusiva”, diz Cherowbrier.
Para o executivo, a Fórmula E é, desde o começo, um esporte democrático e isso vem com um balanço de gênero. “Além disso, em termos de classe, esportes de corrida tradicionalmente são muito elitistas. Tentamos evitar isso, fazendo um esporte mais acessível”, diz.

