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Por que a OpenAI vai ter que se adaptar à perda de liderança em seu setor

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Mark Sullivan

3 minutos de leitura

A indústria de inteligência artificial sempre foi altamente competitiva, e está ficando ainda mais. Um grupo relativamente pequeno de laboratórios disputa, em lances rápidos, para lançar os modelos mais avançados e, por extensão, os chatbots mais inteligentes.

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Desde que a OpenAI lançou o ChatGPT, há três anos, a startup passou a ser vista como líder do setor. Mas esse status vem sendo seriamente questionado pelo novo modelo Gemini 3 Pro, do Google, e pelo aplicativo Gemini.

O crescimento do ChatGPT tem sido rápido: segundo a empresa, são 800 milhões de usuários ativos por semana. Já o Google afirma ter 650 milhões de usuários ativos por mês no chatbot Gemini – números difíceis de comparar diretamente.

A SimilarWeb oferece uma comparação mais clara: a fatia de tráfego na web do Gemini saltou de 5,7% há um ano para mais de 15% hoje. No mesmo período, a participação do ChatGPT caiu de 87% para 71,3%.

A OpenAI sente a pressão do Gemini e provavelmente também do novo Claude Opus 4.5, da Anthropic. Segundo “The Information” e outros veículos, o CEO Sam Altman enviou um memorando interno decretando um esforço de “código vermelho” para melhorar o ChatGPT.

A iniciativa inclui a redução de investimentos em recursos de saúde dentro do ChatGPT, além de cortes no trabalho voltado à experiência de compras e na publicidade que poderia vir junto com ela.

“Nosso foco agora é continuar aprimorando o ChatGPT, continuar crescendo e expandir o acesso em todo o mundo, tornando-o ainda mais intuitivo e pessoal”, afirmou Nick Turley, líder de produto do ChatGPT, em um post no X.

Imagem de humanoide com logo da OpenAI na cabeça.
Créditos: Julia Zhurina/ iStock/, ilgmyzin/ Steve Johnson/ Unsplash

Em um cenário mais amplo, a OpenAI está perdendo bilhões – e gastando bilhões –, o que deve deixar seus investidores ao mesmo tempo inquietos e intrigados. Documentos vazados e estimativas de analistas indicam que a empresa deverá perder entre US$ 9 bilhões e US$ 11 bilhões em 2025, com despesas na casa de US$ 22 bilhões e receita estimada em US$ 13 bilhões.

A companhia também informou recentemente a investidores que seus gastos até 2029 podem chegar a US$ 115 bilhões. Altman já declarou que a empresa, seus parceiros e investidores devem investir até US$ 1,4 trilhão em infra- estrutura (chips, data centers e afins) nos próximos oito anos.

EXCESSO DE CONFIANÇA

A OpenAI funciona como uma agregadora, aponta o analista Ben Thompson. O fato de estar disposta a reduzir esforços em potenciais fontes de receita, como experiências de compras e publicidade, mostra que a empresa ainda prioriza o crescimento da base de usuários em lugar do aumento da receita.

A lógica de agregadores, como o Facebook, é se tornar “mais coisas para mais pessoas”, maximizando atenção e engajamento, independentemente de quantos usuários pagam pelo serviço. A monetização vem depois, quando esse público atinge massa crítica.

A empresa e seus parceiros devem investir até US$ 1,4 trilhão em infraestrutura nos próximos oito anos.

A confiança nesse modelo, que exige crescimento constante, deu à OpenAI certo ar de autoconfiança, até mesmo uma atitude despreocupada em relação aos retornos para investidores.

Mas já não é tão claro que a OpenAI tem os melhores modelos e o chatbot mais procurado. Ao deixar de lado projetos ligados a compras e publicidade, a empresa parece acertar ao realocar talentos para desenvolver novos modelos e aprimorar habilidades do ChatGPT.

Isso pode significar também tirar profissionais de projetos “interessantes”, como o aplicativo Sora, que parece distante da missão de manter o ChatGPT como o chatbot de melhor desempenho.

Por outro lado, o cenário da IA muda muito rápido. Há relatos de que a OpenAI estaria prestes a lançar um novo modelo de raciocínio, codinome “Garlic”, que superaria o Gemini 3 em vários testes importantes. Resta saber se o Garlic terá uma recepção melhor que a do GPT-5.


SOBRE O AUTOR

Mark Sullivan é redator sênior da Fast Company e escreve sobre tecnologia emergente, política, inteligência artificial, grandes empres… saiba mais


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