‘Nunca houve um projeto de Brasil no governo petista’, diz Estadão

Para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o maior problema do Brasil hoje não é a política fiscal, nem a fome, a educação de baixa qualidade, a insegurança ou mesmo a miséria da população de rua. Para o petista, a prioridade são as eleições municipais. É o que afirma o jornal O Estado de S.Paulo, em seu editorial deste sábado, 10.

A publicação destaca que o tema foi central durante a reunião ministerial da última quinta-feira, 8, que durou mais de sete horas. Ao menos é o que se percebe pelas declarações dadas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, depois do evento.

Segundo o ministro, o petista proibiu seus auxiliares de subir em palanques de candidatos que critiquem o Executivo, e cobrou deles que não deixem qualquer ataque sem resposta. Recomendou que cumpram a lei e não participem de comícios em horário de trabalho. Pediu que não agridam adversários, em especial aqueles que fazem parte de partidos da base aliada.

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O balanço das ações do governo, motivo da reunião da equipe ministerial, ficou em segundo plano diante de outros assuntos muito mais importantes. Caso contrário, cada ministro não teria tido apenas cinco minutos para falar sobre as questões de sua pasta, com tolerância de até 15 segundos, sinalizada por um apito.

Para o Estadão, conceder mais tempo a cada um dos líderes não seria de grande valia. “Nada que os ministros pudessem falar seria capaz de alterar a percepção distorcida do presidente sobre o triunfo de seu governo”, diz o jornal. “Para Lula da Silva, tudo vai muito bem, obrigado.”

Presidente Lula durante reunião ministerial da última quinta-feira, 8 | Foto: Ricardo Stuckert/PRPresidente Lula durante reunião ministerial da última quinta-feira, 8 | Foto: Ricardo Stuckert/PR
Presidente Lula durante reunião ministerial da última quinta-feira, 8 | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Relógio de luxo era foco do petista

A prioridade do petista, por outro lado, era relatar à equipe que vai devolver o relógio de ouro que ganhou durante seu primeiro mandato. Tal decisão não expressa convicção sobre o que é certo ou errado, mas visa apenas a diferenciá-lo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Não foi uma reunião para rever escolhas ou realinhar estratégias que favoreçam o país”, afirma o Estadão. “A essa altura, já se sabe que não há, nunca houve nem haverá um projeto de Brasil no governo petista. Em 2022, o único objetivo era vencer Bolsonaro. Agora, o que importa é obter o melhor resultado possível nas disputas municipais em outubro e pavimentar o caminho para a reeleição em 2026.”

Para a publicação, o que impressiona é que as eleições sejam o único horizonte a guiar as ações do presidente. “Há muito a ser feito, mas Lula da Silva não parece preocupado com o país”, diz o texto. “Seu plano é manter tudo como está, pois ‘o time está ganhando’.”

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Quando tem “ideias”, elas servem somente para reeditar os erros que já foram cometidos pelos governos petistas no passado e apostar todas as suas fichas em manter a polarização, na tentativa de se perpetuar no poder.

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