Por muito tempo, conversar com o ChatGPT significava aceitar um estilo de comunicação pré-definido. Em alguns momentos, o tom parecia excessivamente empolgado; em outros, distante demais. Essa limitação gerou críticas constantes ao longo de 2025. Agora, uma nova atualização começa a responder a esse incômodo ao oferecer algo simples, mas poderoso: controle sobre o jeito de falar da inteligência artificial.
Uma reclamação recorrente dos usuários
Desde que se popularizou, o ChatGPT passou a fazer parte do cotidiano de milhões de pessoas, seja no trabalho, nos estudos ou em atividades criativas. Com o aumento do uso, porém, cresceu também a percepção de que o tom do assistente nem sempre se adequava ao contexto.
Ao longo do último ano, mudanças sucessivas na personalidade do modelo provocaram reações mistas. Alguns usuários sentiram a IA excessivamente bajuladora; outros, fria e pouco empática. Essas oscilações tornaram evidente que encontrar um único tom “ideal” para todos era praticamente impossível.
Ajustes finos para uma experiência personalizada
A resposta veio na forma de novos controles de personalização. Dentro do menu de configurações, os usuários agora encontram uma seção dedicada às características do estilo de resposta. Ali, é possível ajustar quatro dimensões específicas da comunicação.
A primeira é a calidez, que define o grau de proximidade e cordialidade do tom. A segunda é o entusiasmo, responsável por regular a energia das respostas. Além disso, há controles para a frequência de emojis e para o uso de títulos, listas e estrutura visual. Cada item pode ser configurado como “mais”, “menos” ou “padrão”.
Essas combinações permitem criar perfis bastante específicos. Um usuário pode optar por respostas formais, mas calorosas, ou por um estilo direto e estruturado, com pouca expressividade visual.
Convivência com estilos já existentes
Os novos ajustes não substituem os estilos gerais de tom introduzidos anteriormente. Em vez disso, funcionam como uma camada adicional. O usuário escolhe primeiro um estilo base — como profissional ou criativo — e, em seguida, refina os detalhes conforme suas preferências.
Essa abordagem modular amplia significativamente as possibilidades. Em ambientes corporativos, facilita manter consistência e sobriedade. Em contextos educacionais, ajuda a priorizar clareza e organização. Já em usos criativos, permite mais liberdade sem exageros indesejados.

Um ano marcado por idas e vindas no tom
A atualização reflete um aprendizado após meses de ajustes problemáticos. No início do ano, alterações tornaram o ChatGPT excessivamente complacente, o que levou a uma reversão. Mais tarde, melhorias técnicas trouxeram respostas mais precisas, mas também uma sensação de distanciamento emocional.
Em vez de tentar agradar a todos com um único padrão, a decisão foi transferir o controle ao usuário. Assim, a personalidade do assistente deixa de ser uma imposição e passa a ser uma escolha.
Um passo rumo a um assistente realmente pessoal
Mais do que um detalhe estético, a mudança sinaliza uma evolução conceitual. O ChatGPT deixa de ser um chatbot com personalidade fixa e se aproxima de um assistente adaptável a diferentes contextos e necessidades.
Em um cenário cada vez mais competitivo entre ferramentas de IA, essa personalização profunda surge como um diferencial importante. Ajustar o tom não altera o conteúdo ou a capacidade do modelo, mas muda a experiência de uso de forma decisiva.
No fim das contas, a novidade mostra que, na interação constante entre humanos e máquinas, a forma de dizer importa quase tanto quanto o que é dito.

