O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o Congresso vai tratar como prioridade em 2026 o debate sobre o fim da escala de trabalho 6×1 e a regulamentação da inteligência artificial. Segundo ele, a discussão precisa ser direta, responsável e voltada ao impacto real na vida dos brasileiros.
Motta declarou que pretende conduzir o tema da escala 6×1 de forma equilibrada, ouvindo todos os setores envolvidos e evitando disputas ideológicas.
“Nós queremos conduzir isso com muito equilíbrio, escutando os dois lados, escutando os trabalhadores, escutando também os empresários”, afirmou em entrevista à TV Câmara nesta sexta (26).
O fim da escala 6×1 ganhou força após pressão nas redes sociais e passou a ser defendida também pelo governo federal, que sustenta a proposta sem redução de salários. O tema, no entanto, divide opiniões entre empresários e especialistas preocupados com custos e produtividade.
A proposta já foi aprovada em uma comissão do Senado e agora aguarda votação no plenário para depois seguir para a Câmara. Hugo Motta reforçou que o objetivo é buscar um ponto de consenso que não prejudique a economia nem o emprego.
“Essa é uma pauta que nós temos que entrar o ano com a perspectiva de discutir melhor essa questão da escala 6×1, sem ideologia, sem questão política, com equilíbrio que é o que o Brasil precisa”, disse.
O texto prevê uma mudança gradual na jornada semanal, reduzindo o limite atual de 44 horas para até 36 horas, distribuídas em cinco dias de trabalho. A proposta garante dois dias de descanso remunerado, preferencialmente aos fins de semana.
Além da pauta trabalhista, Hugo Motta apontou a regulamentação da inteligência artificial como um dos principais desafios do Legislativo em 2026. O tema está em análise em uma comissão especial da Câmara e ainda depende da votação de um parecer final.
Outro assunto que deve entrar na agenda é a medida provisória que cria um regime especial de tributação para serviços de datacenters no Brasil. A proposta é vista como estratégica para atrair investimentos e ampliar a infraestrutura digital do país.


