A Inteligência Artificial já faz parte da rotina de trabalho, estudo e vida doméstica de diversas pessoas ao longo do mundo todo. Presente em sistemas corporativos, aplicativos, plataformas educacionais e ferramentas de produtividade, a tecnologia deixou de ser tendência para se tornar uso cotidiano em diferentes contextos.
Esse avanço acelerado se reflete no comportamento da população. Pesquisas recentes mostram que o uso de ferramentas baseadas em Inteligência Artificial cresce de forma consistente, especialmente em economias emergentes.
Um levantamento da Cisco, em parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), que avaliou o uso de Inteligência Artificial generativa em 14 países e ouviu mais de 14 mil pessoas em todos os continentes, trouxe informações relevantes sobre o uso da IA ao redor do mundo.
Os dados mostram que 66,4% dos entrevistados na Índia afirmam utilizar ativamente esse tipo de tecnologia no dia a dia, colocando o país na liderança global.
Na sequência aparece o Brasil, com 51,6% dos entrevistados relatando uso frequente, à frente de outras economias emergentes como México e África do Sul.
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Brasil se destaca também no uso do ChatGPT
Além do desempenho na pesquisa, dados da OpenAI colocam o Brasil entre os principais usuários de ferramentas baseadas em IA. Segundo a empresa, o país é o terceiro maior usuário do ChatGPT no mundo.
O volume diário chega a cerca de 140 milhões de mensagens enviadas por brasileiros, em um universo que ultrapassa 2 bilhões de interações globais. Apenas Estados Unidos e Índia registram números superiores.
O mapeamento aponta São Paulo, Distrito Federal e Santa Catarina como os estados com maior concentração de acessos, seguidos por Tocantins, Rio de Janeiro, Ceará, Paraná, Amapá, Mato Grosso e Pernambuco.
Para que os brasileiros usam a Inteligência Artificial?
Segundo a OpenAI, a plataforma conta atualmente com cerca de 700 milhões de usuários semanais no mundo, incluindo 5 milhões na modalidade empresarial. No Brasil, o uso se concentra em três frentes principais.
Aprimorar a comunicação escrita responde por 20% das interações. Apoio aos estudos representa 15%, enquanto demandas ligadas à programação, ciência de dados e matemática completam o ranking.
O público brasileiro é majoritariamente jovem. Cerca de 60% dos usuários têm até 34 anos, com forte presença de estudantes e profissionais em início de carreira.
Além da adoção, a pesquisa da Cisco avaliou o nível de confiança na tecnologia. O Brasil aparece novamente na segunda posição, com 34,4% dos entrevistados considerando a IA totalmente confiável.
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Economias emergentes lideram os índices globais de adoção e engajamento, enquanto países europeus demonstram maior cautela e níveis mais baixos de confiança.
A idade também influencia o uso. Pessoas com menos de 35 anos apresentam maior engajamento e frequência de utilização. Já entre entrevistados com mais de 55 anos, a desconfiança é mais comum e associada à menor familiaridade.
O estudo ainda aponta que 41,4% dos brasileiros realizaram algum tipo de treinamento ou qualificação em IA nos últimos 12 meses, voltado ao desenvolvimento de novas habilidades digitais.
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