
Ao incluir a IA (Inteligência Artificial), a tecnologia da cadeia do frio agregará ao monitoramento em tempo real de temperaturas a capacidade de predizer e evitar problemas na conservação de produtos perecíveis.
Este salto de eficiência e qualidade deve prosseguir forte em 2026, segundo especialistas da área, e terá como base o deslocamento do foco da comunicação de falhas para a capacidade de evitá-las.
Com IA, os sofisticados recursos de rastreamento hoje disponíveis, compostos basicamente por hardware (sensores) e software (plataformas de monitoramento), devem assumir uma nova dimensão.
Evolução
Nos dois últimos anos, tem sido expressivo o avanço da Tecnologia da Informação em todos os elos da cadeia do frio, trazendo diferentes configurações e funções, conforme o perfil do usuário.
Nas áreas de produção, por exemplo – seja no agronegócio ou indústria -, sensores IoT (Internet das Coisas), colocados em paletes ou caixas, medem a temperatura e o nível de umidade.
Além disso, enviando esses dados por redes privadas, sem depender de Wi-Fi, aspecto fundamental em áreas rurais, onde o sinal muitas vezes é fraco ou sequer existe.
Os Data Loggers, por sua vez, são pequenos aparelhos que registram o histórico térmico já a partir da colheita, ou na saída de uma linha de produção industrial.
Nos modelos mais recentes, a transmissão dessas informações é feita imediatamente para um servidor próprio ou serviço de nuvem.
Conexão
Durante o transporte, tanto rodoviário quanto urbano, a telemetria avançada e os reefers inteligentes já conectam os baús frigoríficos dos caminhões diretamente ao sistema de gestão da frota, onde o gestor consegue alterar o setpoint da refrigeração de forma remota.
Ao mesmo tempo, pequenos rastreadores GPS, equipados com sensores de luz, detectam abertura de portas, enquanto outros, dentro das próprias caixas de produtos, garantem o monitoramento da temperatura de cada lote transportado.

Finalmente, chegando ao ponto de venda, as cargas frias continuam tendo sua refrigeração acompanhada nas gôndolas, balcões e expositores, por meio de sensores sem fio capazes de enviar alertas, via SMS ou WhatsApp, em caso de oscilação térmica perigosa.
E ainda assim, mesmo com tanta informação processada digitalmente, podem-se dirimir dúvidas sobre a integridade da cadeia do frio, uma vez que a memória de todo o processo se armazena em etiquetas inteligentes, com QR Codes lidos facilmente na tela de um celular.
Futuro
Mas tenha certeza, esse festival tecnológico está longe de terminar, pois as perspectivas para o futuro próximo, no campo da IA na cadeia do frio, têm como principal promessa uma maior abrangência de atuação, isto é, o perfil de “termômetro digital” vai assumir o de “inteligência operacional”.
Dentre as novidades a caminho estão os chamados Gêmeos Digitais (Digital Twins), bastante conhecidos no mundo da IA Preditiva, cujos algoritmos, ao invés de simplesmente avisar que algo já está indo mal na refrigeração, preveem falhas antes mesmo que ocorram.
Isso acontece porque o sistema analisa dados históricos, condições climáticas externas e o desempenho do sistema de refrigeração para avisar o provável porcentual de um problema, em determinado espaço de tempo, inclusive.
Mas como manter todos os dados a salvo de fraudes para disfarçar algum problema durante a cadeia do frio? Essa pergunta já é respondida pela IA com infraestrutura semelhante à que preserva a segurança dos Blockchains.
E para concluir em clima digno de ficção científica, vêm aí o “Micro-Fulfillment Urbano Automatizado”, sob medida para o corre das entregas em 1 hora. Nele, robôs vão separar os pedidos, dispensando o entra e sai de humanos nas câmaras frias, até mesmo para reduzir a troca de calor e economizar energia.

