Imagine dizer ao seu carro que você sente frio e, sem nenhum comando mais direto, ver o veículo aumentar a temperatura da cabine e ligar o aquecimento dos bancos. É justamente esse tipo de solução que o novo sistema de inteligência artificial para o painel de instrumentos criado pela Bosch quer oferecer.
Com lançamento previsto para a CES 2026 – Consumer Electronics Show, feira que acontece em Las Vegas, nos Estados Unidos, a partir de 5 de janeiro, a tecnologia é fruto de parceria entre a empresa alemã, a Microsoft e a Nvidia. Trata-se de uma plataforma de extensão de IA que promete entregar, pela primeira vez, computação de alto desempenho no interior do carro.
A novidade vai dar impulso para que a Bosch atinja a meta de alcançar faturamento de 2 bilhões de euros em vendas de soluções multimídia até 2030. Estimativa da Grand View Research aponta que soluções de entretenimento a bordo com IA devem ser um mercado de 17 bilhões de euros até 2030.
Como vai funcionar a IA da Bosch nos carros?
O plano das empresas é garantir uma interação mais natural e intuitiva entre as pessoas e os seus veículos, além de tornar o automóvel um dispositivo proativo para a rotina de seus ocupantes. Para isso, o carro vai aprender rotinas, preferências e o contexto do motorista. A partir disso, ele seria capaz de compreender cenários e antecipar necessidade, apontam as fabricantes.
Por exemplo, caso o condutor entre em uma reunião via Microsoft Teams, o carro acionaria automaticamente o controle de cruzeiro adaptativo, tornando a viagem mais segura. Como parte da parceria com a empresa de tecnologia, o recurso de IA dos carros já viria com a assinatura do pacote Microsoft 365, que traz o sistema office, espaço de armazenamento em nuvem, entre outros recursos.
Como parte da parceria com a Nvidia, o processamento de todo o software será feito pelo chip Drive AGX Orin, voltado a aplicações complexas de inteligência artificial. Segundo a fabricante, o poder de processamento é de 150 a 200 TOPS (do inglês para Trilhões de Operações por Segundo). Em uma analogia, se cada cálculo fosse o passo de uma caminhada, seria o bastante para ir e voltar da lua mais de 150 vezes em um segundo.
Com essa capacidade, a Bosch diz que as montadoras poderão integrar seus próprios sistemas de IA no carro usando o hardware. Além disso, a empresa assegura que o sistema poderá executar diversas tarefas ao mesmo tempo, enquanto mantém uma conversa em linguagem natural com o motorista.