12. ago, 2024
Havia uma brincadeira antiga que era repetida quando uma pessoa chegava em algum lugar, encontrava os amigos e perguntava: “E aí, o que há de novo?” A resposta estava na ponta da língua “De novo? Muita galinha e pouco ovo.” A realidade dos negócios de infraestrutura da economia nacional está exatamente assim. Sem tirar nem pôr. Muita conversa, muitos projetos que ficam alimentando o imaginário do futuro, revelando um otimismo que nunca se transforma em realidade. A situação econômica do país parece um monstro obeso, lento, esfomeado, sem dinheiro para comer e em busca da riqueza alheia para sobreviver. Brevemente, o governo pode não ter recursos nem para honrar os pagamentos das aposentadorias, nem dos salários de funcionários públicos. A sua dívida rascunha o maior caos econômico que o Brasil poderá viver em história. Os juros, em função dos gastos desmedidos do governo, colocam as nossas taxas na estratosfera. Uma das três mais altas do planeta. E graças a firmeza do Banco Central não temos uma inflação descontrolada. As estatais voltaram a dar prejuízos gigantescos. Somente a Petrobrás ainda consegue andar com as próprias pernas, apesar do resultado negativo neste segundo trimestre. Mas essas pernas longas e torneadas, já estão na mira do governo que quer se aproveitar da sensualidade delas.
A Petrobrás vai singrando pelo mar da incerteza e vive uma fase na qual a nova presidente, Magda Chambriard, ainda não teve tempo suficiente para entender todo o legado deixado por Jean Paul Prates na companhia. Ela só está há dois meses na companhia, mas terá que usar muito de sua firmeza e talento para estar equilibrada entre as imposições de Lula e a pressão dos sindicatos dos petroleiros. Por enquanto, ela anda sofrendo de uma espécie de fogo amigo trabalhando ao lado de alguns fiéis à estrutura anterior. O que se sabe das fontes internas, que se preservam para não ficar expostas, é que ela tenta resolver os problemas criados na casa dos bilhões, para depois chegar nos problemas nos contratos envolvendo milhões.
A cada dia, uma surpresa. A cada enxadada, uma minhoca. Em cada armário, um esqueleto encontrado. Somente depois dessa reestruturação é que a Petrobrás poderá dar tratos a bola no caso da retomada das obras de grande porte. Por enquanto, o que está saindo são pequenos contratos de manutenção. Entre os entraves está o esforço político para tirar da frente a obtusidade de uma ministra do Meio Ambiente que não consegue resolver nem a greve de seu principal órgão, o IBAMA, que, nesta administração, vem tendo o pior desempenho de sua história: Marina Silva, por quem Magda tem grande apreço, mas que está prejudicando o país com uma teimosia politicamente correta, diante dos olhos míopes dos ambientalistas. Sabe-se que o Presidente Lula já está com ela por aqui e a qualquer momento poderá dar um ultimato, e fazer Marina escolher entre o Brasil e a vaidade de parecer ser a única defensora da natureza no Brasil. Ela, ao que parece, só quer agradar às ONGs e aos ambientalistas internacionais, mesmo que tenha que mentir sobre o número pessoas passando fome no Brasil. 120 milhões, segundo ela, que acredita, como disse certa vez o presidente Lula, ser bonito falar assim para os estrangeiros.
A turma dos ambientalistas, capitaneada do GreenPeace, que falsificou imagens da Foz do Amazonas para inviabilizar a exploração do petróleo da Margem Equatorial, parece gostar de ouvir esse tipo de barbaridade, ainda mais de uma ministra de Estado. Marina Silva também parece estar jogando num time de camisa diferente do nosso. O que ela está defendendo é o contrario do que o país precisa. A sua inoperância e omissão atrasam o desenvolvimento do país e impede a divisão de nossas riquezas diretamente com as populações dos Estados banhados pelas águas do mar que escondem os bilhões de barris de petróleo da Margem Equatorial. Esses estrangeiros só conhecem a Marina Silva dos rapapés dos eventos internacionais. Só sabe a realidade quem convive. Quem come um quilo de sal juntos, como os brasileiros. Quer conhecer os índios? Vai morar com eles. As empresas brasileiras que dependem do IBAMA para proporcionar negócios no país sabem direitinho o que é vencer o cipoal de regras e das dificuldades impostas para quem quer investir.
O governo está pondo nos ombros de Magda Chambriard toda esperança de retomar as obras do governo, que não tem dinheiro para fazer isso. Quer estimular as empresas brasileiras do setor que estão clamando por negócios e que elas vejam os projetos reencarnem em obras reais de infraestrutura. A Petrobrás e o novo conteúdo local, desejado, de 40%, podem trazer essa expectativa. Mesmo que seja em fogo brando. Veja algumas alternativas que o governo está apostando:
- Construção de sondas e plataformas próprias no Brasil com a operação própria;
- Início da exploração da Margem Equatorial e todas as obras de apoio;
- Conclusão do COMPERJ;
- Retomada das obras de Premium I e II
- Retomada de um novo trem no RNEST;
- retomada das FAFENs Bahia, Araucária e Sergipe;
- Obras de construção de usinas de biocombustíveis;
- Modernização e ampliação das refinarias;
- Modernização de plataformas;
- Modernização de terminais;
- Construção de uma UPGN em terra no estado de Sergipe.
- Início da retopmada da Indústria Naval;
- Construção no Brasil de Módulos dos FPSOs;
- Novos Gasodutos e Oleodutos.
Essas reivindicações são as mesmas dos petroleiros da companhia. Essas obras, que estão listadas pelo PAC, só poderão sair com investimentos da própria Petrobrás; com financiamentos do BNDES; financiamentos internacionais e ou formadas com parcerias com outras petroleiras que operam no Brasil, como a ExxonMobil, TotalEnergies; GALP, Equinor, Shell, Aramco, Chevron, RepsolSinopec, CNNC, bp, Ecopetrol, Sonangol, Gazprom, Rosneft e até mesmo das petroleiras independentes que podem almejar grandes saltos.
Os sinais que a economia vem apresentando não são animadores, todos estão vendo isso e sofrendo na pele. Dívida em crescimento desordenado e excesso de cobranças de impostos, que tornaram o ministro da Economia, Fernando Haddad, alvo de piadas permanentes nas redes sociais, desgastando a imagem do governo. Desgasta e afasta investimentos privados e internacionais, quando a nossa política externa se alia em defesa a um grupo terrorista, a governos ditatoriais. Um mau sinal para o mercado foi a iniciativa do ONS pedir às grandes empresas para economizar energia. O governo está inadimplente com empresas e, por esta razão, espraia inadimplências entre fornecedores. A Petrobrás não pode aguentar todo o Brasil nas costas. Sozinha, ela não suportaria. Será preciso muita seriedade para que a economia volte para o lugar e as empresas privadas voltem a investir com ou sem o apoio do governo federal. Na toada que estamos, o trem pode descarrilhar. Todo este cenário exige uma mudança no comportamento do governo e que ele possa refletir com segurança e volte a inspirar a confiança que o Brasil merece. É o que todo mercado espera, mas ainda assim, poucos acreditam. Mas, quem viver, verá.