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Redação Rádio Pampa
| 11 de agosto de 2024
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesse sábado (10) que é o dono de um conjunto de joias e que o pegará de volta. A declaração foi dada durante um evento em Recife em que disse, ainda, que leiloará a peça e doará o dinheiro à Santa Casa de Juiz de Fora (MG).
O hospital o atendeu em 2018 após o atentado com uma faca durante a campanha eleitoral à presidência. Bolsonaro, no entanto, não disse qual conjunto de joias que pegará de volta. “Vou pegar o conjunto de joias. O conjunto que é meu. Vou leiloar essas joias e doar para a Santa Casa de Juiz de Fora”, postou nas redes sociais.
Bolsonaro é investigado em um suposto esquema que, segundo a Polícia Federal, venderia presentes recebidos por ele nos Estados Unidos. Vários conjuntos foram identificados, entre eles um de diamantes que ficou retido pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
No começo do mês passado, a autoridade enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório sobre a investigação. Segundo o documento, foram desviados R$ 6,8 milhões supostamente relativos aos presentes.
Os investigadores afirmam que os valores oriundos da venda ilegal das peças eram “convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República”. Após essa operação, segundo a PF, o dinheiro seria usado para pagar as despesas de Bolsonaro e de sua família nos Estados Unidos.
Após perder
Bolsonaro deixou o Brasil após perder a eleição para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente ficou nos Estados Unidos entre os dias 30 de dezembro de 2022 e 30 de março de 2023.
“Tal fato indica a possibilidade de que os proventos obtidos por meio da venda ilícita das joias desviadas do acervo público brasileiro, que, após os atos de lavagem especificados, retornaram, em espécie, para o patrimônio do ex-presidente, possam ter sido utilizados para custear as despesas em dólar de Jair Bolsonaro e sua família, enquanto permaneceram em solo norte-americano”, diz o relatório final.
“A utilização de dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas é uma das formas mais usuais para reintegrar o ‘dinheiro sujo’ à economia formal, com aparência lícita”, apontou a PF. Os investigadores analisaram as movimentações financeiras de Bolsonaro no Brasil e nos Estados Unidos.
Os investigadores apontaram ainda que o grupo utilizou a estrutura do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) para “legalizar” a incorporação dos bens de alto valor, presenteados por autoridades estrangeiras, ao acervo privado do ex-presidente. As informações são da Gazeta do Povo.