O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), culpou o governo federal pela demora na formalização do acordo de reparação pela tragédia em Mariana. As cidades afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão, ocorrida em 2015, ainda aguardam por uma indenização pelo ocorrido. De acordo com Zema, apesar das constantes reuniões entre as partes envolvidas, o acordo está “parado em Brasília”.
Zema afirmou que tanto ele quanto o governador Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, outro Estado afetado pelo desastre, são “totalmente favoráveis a fechar (o acordo) pelo valor já ofertado pelas empresas”, enquanto o governo Lula busca um valor maior.
Em junho deste ano, as mineradoras Vale, BHP e Samarco apresentaram uma proposta de R$ 140 bilhões para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, sendo que R$ 37 bilhões desse valor já teriam sido investidos em ações de compensação, segundo as empresas.
A fala do governador ocorreu durante vistoria ao terreno onde será implantado o Distrito Industrial de Brumadinho, que decorre do acordo de reparação pelo rompimento da barragem da Mina de Córrego do Feijão, em 2019. Zema disse que “fica muito claro que o acordo (de Brumadinho) não é perfeito”, mas que tem a “absoluta convicção que foi uma condução muito melhor do que aquela da tragédia de Mariana”.
“O que que vale mais? Dois hospitais prontos daqui um ano ou 20 hospitais daqui 50 anos? O que vai salvar mais vidas?”, disse Zema. “Tempo é justiça, e me parece que está ocorrendo um processo de dificultar esse acordo. Por parte do Espírito Santo e de Minas esse acordo já teria sido assinado há muito tempo”, acrescentou.
A reportagem procurou a Advocacia Geral da União (AGU), que informou que não irá comentar as declarações do governador Romeu Zema.
Fonte: O Tempo