O diplomata, segundo fontes em Brasília, teria apresentado a proposta ao presidente, depois de consultas com interlocutores estrangeiros. Amorim, ao jornal Valor Econômico, indicou que a proposta era embrionária e que sequer havia conversado com os parceiros latino-americanos — mas admitiu que esse caminho envolveria uma contrapartida, com a retirada de sanções estrangeiras.
Ao UOL, fontes em Brasília revelaram que uma das preocupações do governo é justamente sobre a validade das atas como instrumento de negociação. O temor é de que, quanto mais o tempo passar, menor será a chance de a oposição e mesmo governos estrangeiros aceitarem a veracidade das atas.
A transparência exigida, portanto, poderia ser insuficiente para destravar o processo.
Do outro lado, a convocação de nova eleição exigiria um esforço para garantir que, desta vez, o processo seja justo. Para isso, porém, Maduro não apenas teria de aceitar reconvocar os venezuelanos às urnas, mas também modificar a forma de controle da eleição.
Um incentivo a ele poderia ser a retirada de sanções. Em troca, ele aceitaria a entrada de equipes internacionais para monitorar o processo. O problema é que, nos últimos meses, Maduro tem expulsado, desconvidado ou tachado como persona non grata alguns dos principais institutos de observação de eleições.
Algumas delas, como o Carter Center, declarou de forma clara que Maduro não venceu a eleição e que o processo foi alvo de irregularidades. O anúncio por parte dos observadores apenas ocorreu depois que os membros do Carter Center deixaram a Venezuela, temendo retaliações.