Descubra os 10 principais motivos para um brasileiro pedir

Em um país com tantas pessoas desesperadas por uma renda estável, por que tantos profissionais decidem pedir demissão? No último ano, foram 7,4 milhões de trabalhadores (34%) que pediram demissão, e de janeiro a junho deste ano já foram 4,3 milhões de pedidos, representando 36% dos desligamentos.

Buscando uma resposta para essa questão, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizou um levantamento inédito com 53.692 trabalhadores que pediram o desligamento de sua empresa entre novembro de 2023 e abril de 2024.

10 principais resultados da pesquisa

36,5% já tinham outro emprego em vista;

32,5% citaram o baixo salário como motivo;

24,7% indicaram falta de reconhecimento no trabalho;

24,5% apontaram questões éticas com a forma de trabalho da empresa;

23% alegaram adoecimento por estresse no trabalho;

21,7% enfrentavam dificuldades de mobilidade entre casa e trabalho;

18,6% estavam em busca de outro tipo de trabalho;

16,2% enfrentavam problemas com a chefia imediata;

15,7% mencionaram a falta de flexibilidade na jornada;

9,1% precisavam cuidar de crianças ou outro membro da família

Motivos independentes do perfil do profissional

“É interessante observar que não houve motivações significativamente diferentes para o desligamento da empresa com base em sexo, faixa etária, raça, etnia e regiões do país”, destaca a subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do MTE, Paula Montagner, que liderou o levantamento.

De acordo com dados do Caged de janeiro a junho de 2024, 58% dos que pediram demissão por já terem outro emprego em vista foram contratados em regime celetista, enquanto 42% não conseguiram um novo emprego. “Outro dado interessante é que, dentre os recolocados, 63% conseguiram um novo emprego em até 30 dias e 58% receberam salários de contratação mais altos do que os salários de saída”, ressalta Paula.

O maior número de demissões a pedido ocorreu em abril, com 740.778 casos, seguido de junho com 710.199 e maio com 674.389.

Entre os que pediram demissão, 71% afirmaram não ter apoio familiar ou renda própria, mas mesmo assim tomaram a decisão. Além disso, 76% dos demissionários estavam satisfeitos com sua decisão, apenas 14% não estavam satisfeitos e 10% ainda não tinham uma avaliação definida.

Mulheres têm mais motivos para deixar a empresa

A pesquisa revelou que as mulheres mencionam mais problemas com chefias imediatas (17%) e flexibilidade na jornada (17%) do que os homens. Elas também destacam mais o adoecimento mental causado pelo estresse no trabalho (29%) em comparação com os homens (18%). No entanto, o adoecimento mental por estresse no trabalho também é citado por jovens, indígenas, negros e pardos.

“Como esperado, as mulheres mencionam mais a responsabilidade de cuidar de crianças e outros membros da família (13%) em comparação com os homens (6%)”, explica Paula. Já os jovens mencionam mais problemas éticos e de trabalho na empresa, questões com chefias imediatas e falta de flexibilidade, embora com menos frequência. Dificuldades de mobilidade para chegar ao trabalho são mais comuns em São Paulo.

Jovens também mencionam mais problemas éticos e de trabalho na empresa, questões com chefias imediatas e falta de flexibilidade, embora com menos frequência. O adoecimento mental causado pelo estresse no trabalho é mais citado por jovens, mulheres, indígenas, negros e pardos.

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