À CNN, Fuad Noman prevê ampliação de videomonitoramento e uso de inteligência artificial para combater crimes

O atual prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição pelo PSD, Fuad Noman, disse que pretende ampliar o número de câmeras de monitoramento e utilizar a tecnologia de inteligência artificial (IA) para combater crimes como homicídios e feminicídios na capital mineira.

A declaração foi feita nesta quinta-feira (5) em entrevista à CNN, conduzida pela jornalista Muriel Porfiro ao lado dos analistas de política Pedro Duran e Victor Irajá.

Sobre a aumento da quantidade de câmeras, o candidato afirmou que “o benefício é muito maior do que o custo para esse tipo de ação”.

“Às vezes, a gente assiste na televisão pela própria câmera [de monitoramento] um assassinato, um feminicídio, está assistindo isso aí. E aí o que acontece? A câmera identifica o bandido, identifica o assassino e [a polícia] vai lá e prende o assassino”, disse ele.

“A inteligência artificial é colocada não em todas as câmeras, claro, mas em algumas câmeras que estão em pontos estratégicos. Por quê? Porque em determinados locais, às vezes, há uma concentração muito grande de um nível de criminalidade. E que é tal que a polícia militar precisa, às vezes, de agir de forma mais efetiva”, segundo o representante do PSD.

Fuad Noman também defendeu o sistema de monitoramento atual do município.

De acordo com o candidato, “foi esse sistema que garantiu o Carnaval mais seguro do Brasil, foi esse sistema que garantiu o menor nível de assédio às mulheres no Carnaval de Belo Horizonte, foi esse sistema que garantiu uma corrida de Stock Car com apenas três problemas de assalto”.

Na opinião dele, as identificações por meio dessas ferramentas não costumam gerar situações de preconceito. “Eu não conheço nenhum caso, até hoje, de discriminação por raça, por sexo ou por qualquer outro tipo de de questão. E se isso vier a acontecer, com certeza, nós vamos ter que tomar algum tipo de atitude”, completou.

Educação

Fuad Noman falou que, hoje, a carência de vagas na educação infantil se restringe a crianças de zero a dois anos de idade.

“De dois anos para a frente, nós não temos problema na creche, não. Nós temos vaga para todo mundo”, segundo ele.

O candidato disse que, se for reeleito, vai zerar a fila das creches e estender o ensino em horário integral a todos os alunos do sistema público de BH até 2025.

“Minha plataforma é que, no ano que vem, nós vamos ter 100% dos alunos no período integral e 100% dos alunos em creche”, afirmou.

Ele também minimizou a importância das trocas de comando na Secretaria Municipal de Educação durante sua gestão.

“Isso é natural. A gente troca não em função de política. A gente troca em função da necessidade técnica, e foi isso que eu fiz. E eu não vejo nenhum problema, prejuízo causado por isso”, de acordo com ele.

Transportes

Fuad Noman, que tem o projeto de substituir 40% da frota de ônibus da cidade por ônibus elétricos até 2030, afirmou que pretende modernizar os contratos com as empresas de transporte que operam na capital mineira porque o acordo é “defasado”.

“Um contrato defasado, é um contrato que precisa ser modificado. E nós temos agora em 2028 uma nova licitação para ser implementada”, segundo ele.

“Eu espero contratar uma consultoria técnica especializada, de preferência internacional. Eu espero colocar isso numa audiência pública para que as pessoas, a imprensa, a sociedade civil possam se manifestar. E espero que a Câmara [Municipal de BH] contribua, como contribuiu outra vez, muito mais, para que nós tenhamos um contrato moderno, atualizado e que a situação melhore de forma definitiva”, declarou.

A respeito das passagens dos coletivos, ele lembrou a complementação de parte do valor que é realizada pela prefeitura e afirmou que o preço “é compatível com os demais estados”.

“A passagem, se você considerar custos que tivemos nesses cinco anos [em que o preço permaneceu inalterado] de diesel, pneu, preço de ônibus, motorista, todos esses custos, você vai ver que o crescimento da passagem foi muito menor do que o crescimento dos custos”, disse.

População de rua

O candidato do PSD afirmou que a maior dificuldade em enfrentar o aumento dos moradores em situação rua é o “o desejo das pessoas” de permanecerem na situação e que é preciso “respeitar a dignidade” deles.

“Eu não posso forçar e nem obrigar ninguém a entrar no mercado [de trabalho]. Eu não posso chegar lá e pegar o sujeito à força e colocar. Eu tenho que convencê-lo”, disse.

De acordo com o candidato, ele pretende dar continuidade à política atual de assistência com consultórios volantes e oferta de emprego aos vulneráveis.

“Visitei a semana passada uma pizzaria em Belo Horizonte. E tinha um cidadão, ficou 22 anos como morador de rua, passou por esse processo, entrou na empresa como faxineiro, como limpeza urbana. Hoje é o pizzaiolo”, relatou.

Alianças políticas

A respeito de não ter recebido o apoio de um antigo aliado, o ex-prefeito Alexandre Kalil, ele se declarou “um pouco incomodado”, mas disse entender a decisão.

Fuad Noman foi vice de Kalil durante a gestão dele em BH. Insatisfeito com o PSD, Kalil deixou o partido este ano e passou a apoiar o candidato Mauro Tramonte (Republicanos).

“Eu gosto dele [Kalil], não tenho nada contra ele. Entendo a posição dele. Logicamente que eu fico triste, porque é uma mudança de comportamento tão rápida assim. Deixa a gente um pouco incomodado. Mas ele nunca foi meu cabo eleitoral, nunca trabalhou para isso. E eu entendo que eu não tenho padrinho”, argumentou.

Campanha e fundo eleitoral

Fuad Noman se disse satisfeito com a condução da própria campanha eleitoral até agora.

“É uma campanha propositiva, eu não ataco ninguém, eu não falo mal de ninguém. Eu só mostro o que eu tenho que fazer, o que eu estou fazendo”, afirmou.

Em relação às ausências do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), o candidato defendeu que eles estão muito ocupados em seus afazeres e, mesmo assim, ajudam muito na articulação política “nos bastidores”.

“Eles não precisam de ter a presença física na campanha. Eles precisam de ter a presença nos bastidores, nos ajudando. E é isso que eles estão fazendo”, disse.

De acordo com Fuad Noman, “nunca fiz uma campanha na minha vida. E usar a experiência de dois expoentes como tem o PSD é para mim muito reconfortante”.

Ainda segundo o candidato, a transferência de recursos do fundo eleitoral por parte da legenda será “suficiente”.

“Eu acho que nós vamos receber uma quantia suficiente para fazer uma campanha modesta, porque lamentavelmente não é uma campanha muito rica. Mas nós não vamos ficar atrás de grandes cidades, por exemplo, como Uberlândia [na região do Triângulo Mineiro]”, afirmou.

Para Fuad Noman, “é isso que o partido está fazendo. Ele está distribuindo de acordo com a sua disponibilidade de caixa, mas dentro de uma programação que já está combinada com a prefeitura”.

Relação com Lula

Apesar de ter apoiado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição passada, o candidato afirmou que não pediu retribuição.

“Nunca houve negociação com o PT, nem com o presidente Lula sobre campanha política de Belo Horizonte”, disse.

Segundo o representante do PSD, “a minha relação com o presidente Lula é muito boa. A minha relação com os ministros é muito boa”.

“Quando o presidente chegou, eu disse para ele, presidente, eu até posso apoiar [a campanha de Lula em 2022], desde que o senhor apoie Belo Horizonte. E ele disse para mim assim: Fuad, Belo Horizonte hoje será tratada com respeito, será tratada com prioridade”, afirmou.

Fuad Noman citou o recebimento de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) por BH para ilustrar o relacionamento com o governo federal.

“Acabamos de receber mais de R$ 600 milhões do PAC para fazer obras da cidade. Recebemos 3.060 casas para fazer [unidades do programa] Minha Casa, Minha Vida. Estamos buscando e negociando recursos para fazer o Anel Rodoviário”, de acordo com ele.

Epidemia de dengue

Quando questionado sobre o número de mortes em decorrência da dengue na capital mineira, Fuad Noman afirmou que a maioria das vítimas fatais foi atendida em unidades privadas e elogiou a atuação dos profissionais do sistema público.

“Eu tenho que tirar o chapéu para a equipe de saúde de Belo Horizonte. Foi um trabalho espetacular. Nós não tivemos problemas graves ou gravíssimos, tivemos problema como toda epidemia”, disse.

Ele falou que “é humanamente impossível, ninguém está preparado para um pico desse tamanho e, mesmo assim, com algum atraso, com alguma dificuldade, nós atendemos”.

Entrevistas com candidatos

A CNN realiza nesta semana uma série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte.

Cada entrevista será transmitida primeiramente ao vivo no canal da CNN Brasil no YouTube, às 15h30, com exibição na TV no mesmo dia, às 23h30.

Participarão os mais bem colocados no agregador de pesquisas eleitorais Índice CNN, selecionados de acordo com o resultado mais recente, com sete dias de antecedência.

Já foram entrevistados:

Ainda serão entrevistados:

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