A escolha do atual vice-presidente de finanças Gustavo Pimenta para presidir a Vale, segunda maior mineradora do mundo, é o ponto final de um processo conturbado que incluiu tentativas de interferência política. Quando assumir em janeiro, Pimenta vai substituir Eduardo Bartolomeo, que estava no cargo desde abril de 2019, após a tragédia de Brumadinho.
Ao ser escolhido o novo CEO por unanimidade, Pimenta superou outros 14 candidatos externos apresentados por uma consultoria e obteve apoio tanto de conselheiros ligados ao mercado quanto dos indicados por fundos de pensão – sobre quem o governo federal teria influência. Lula inicialmente queria o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) no posto, mas enfrentou resistência e não conseguiu emplacá-lo.
Agora, nos bastidores, pesou a habilidade política atribuída a Pimenta, que conseguiu apoio tanto dos representantes de investidores privados como do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia). Silveira, que é do PSD, é hoje um dos ministros com maior influência junto a Lula.