“A inteligência artificial tem ajudado a potencializar o professor”, diz CEO do grupo Ânima

Larissa Duarte
Repórter

Responsável por gerir 18 instituições de ensino superior e com uma composição de mercado superior a R$ 1,4 bilhão, entre eles, a Universidade Potiguar (UnP), o grupo Ânima Educação apresentou a nova CEO ao mercado do Rio Grande do Norte. A argentina Paula Maria Harraca assumiu a liderança do grupo no dia 27 de junho e pela primeira vez visitou uma universidade do ecossistema fora do eixo Sul-Sudeste. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, Paula afirma acreditar que “a educação não tem preço, a educação tem valor” e aponta novas perspectivas de crescimento no mercado potiguar. Acompanhe:

Como a Ânima visualiza o cenário da educação no Brasil e no mundo?
A Ânima, desde sua origem, partiu de uma premissa que é possível sim educação com qualidade em escala. Dito isso, nós temos uma realidade no Brasil de muitas distorções. O Brasil é a 9ª economia do mundo, mas quando a gente olha rankings que trazem os países do ponto de vista de inovação, infraestrutura e competitividade, entre 67 países ao redor do mundo nós estamos na posição 62. É muito triste e, por outro lado, é quando a gente olha é aí que está a oportunidade, é ali que precisamos investir. O jovem aprende fazendo, aprende estudando com essas atividades práticas já dentro de empresas. Educar é difícil, porque para educar é preciso ser. A gente não educa o que a gente não é. Então é criar esse ambiente que os professores sejam esses mentores, que seja a fonte de inspiração, que os alunos aprendam juntos e que está tudo certo errar. Só não erra quem fica quieto. Acho que esse é o lugar que a universidade cada vez mais precisa ter: a diversidade de ideias, pluralidade de opiniões, perguntas que são complexas e requerem da gente muito diálogo.

Nesse sentido, como a Inteligência Artificial pode ser inserida no contexto da educação?
Qualquer tecnologia sempre é meio, ela não é fim. Então para nós enquanto a tecnologia é fera naquilo que é repetitivo no que cabe no algoritmo, o que fica para professor? É aquilo que é o melhor de nós humanos. É o ser, é a criatividade, é a ética, é a imaginação, é o pensamento crítico. Isso é do humano. Enquanto a tecnologia potencializa o repetitivo, o humano traz o nosso melhor. Então estamos em vários projetos onde a inteligência artificial está ajudando o professor a desenvolver melhores perguntas, mas sempre o professor vai escolher a ferramenta. A ferramenta potencializa o professor, ajuda na interação. O ser humano sempre aprimora seu comportamento quando ele domina uma ferramenta. O mais interessante agora é enxergar que nós podemos usar a inteligência artificial, a intencionalidade. Para que nós vamos usar a tecnologia? A escola é o lugar onde os grandes pensamentos globais se desenvolvem. É vital direcionar energia dos jovens para responder à seguinte: o eu quero com essa ferramenta, para que ela me ajuda? Então é direcionar a intencionalidade e o propósito.

Quais são as expectativas para novos investimentos da Ânima na Universidade Potiguar?
O crescimento aqui na UnP vai vir primeiro honrando a história. Tem um mantra que diz: o passado não se ensina, a gente tem que aprender com o passado. Então ninguém está aqui para apontar com o dedo. É muito mais um exercício de resgate dessa história e de uma determinação no presente para construir um futuro que nos inspire, que esteja à altura do que Natal e Rio Grande do Norte precisam das nossas universidades. É muito interessante sair daqui com caminhos. Estamos construindo uma visão de longo prazo da Ânima em todas nossas marcas. Hoje, a companhia está pronta para voltar a olhar para essa agenda de crescimento sustentável. Então como crescer, onde crescer? Tudo isso nós vamos estudar juntos com esse time executivo, e em breve vai ser um prazer estar aqui para contar quais são os planos.

O fortalecimento da Universidade no interior do Estado é visualizado como uma perspectiva para a Ânima?
É um caminho super interessante, porque foi assim que a Ânima cresceu. Talvez metade do crescimento foi adquirindo escolas e a outra foi nessa expansão para o interior. Olhando para essa região, aqui a marca UnP é fortíssima. A gente já tem em Mossoró, tem em outras cidades que vou visitar. O Brasil é um país de dimensão continental, então é crescer no interior e saber como usar melhor a tecnologia, como potencializar isso, porque é uma formação que também pode ajudar em alguns lugares mais remotos. É encontrar a melhor composição.

Com isso, o Ensino à Distância é visto como uma vertente de crescimento?
O Ensino a Distância hoje está passando por momentos regulatórios de discussão que vão ao encontro ao que a Ânima acredita que é educação de qualidade. Então toda vez que a regulação olha para a garantia de uma qualidade mínima para educação, isso é muito bem visto. Os modelos híbridos também são muito interessantes, porque você consegue oferecer escala, flexibilidade e ao mesmo tempo convívio, que também é muito importante principalmente no início e para algumas carreiras. Algumas carreiras exigem muito mais a presencialidade do que outras.

Qual é a visão que hoje existe dentro do ecossistema Ânima?
Estou muito feliz de estar agora assumindo essa missão tão importante dentro da Ânima, de estar presidente dos maiores – e como a gente está se colocando agora – do melhor ecossistema para o Brasil. Queremos ser reconhecidos dessa maneira. Queremos que os alunos nos olhem e falem: o melhor ecossistema da educação é a Ânima, que me permitiu minha transformação, me permitiu viver meu sonho, permitiu muito mais do que o diploma. Quando a gente olha para esse universo de 400 mil alunos e o mesmo para os steakholders, que os professores olhem para nós e digam: eu quero nessa casa estudo fazer o meu legado, a minha contribuição para a sociedade e demais atores. A forma mais legítima de se colocarem é nesse lugar. Estar a serviço da sociedade, a serviço dos steakholders, a serviços daqueles que acreditam na proposta de valor da Ânima, e das suas e das suas escolas, como aqui da UnP.

Como crescer sem perder a qualidade do ecossistema diante do mercado?
Esse é o grande lugar que a Ânima, através da educação, foi historicamente conquistando e conseguindo mostrar. Aqui é a beleza da história. Alguns escalaram, outros focaram em qualidade para poucos. Esse lugar que a Ânima sempre se propôs é o lugar que ela vem trilhando, com todos os desafios que isso implica. Não é fácil, mas é ali que tem, ao nosso ver, a capacidade real de transformar o Brasil. Educação é esse elevador social. Você vê jovens buscando uma outra formação, uma pós ou uma outra carreira justamente pelo papel que a educação tem. Você quer qualificação de renda então você vai se qualificando. Então essa é uma jornada que demanda qualidade. As pessoas escolhem quem tem aprendizados atrás do diploma.

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