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A revolução dos dados e a inteligência artificial também chegaram ao futebol; entenda

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Na disputa de pênaltis entre Inglaterra e Suíça, nas quartas de final da Euro 2024, uma imagem viralizou: o goleiro inglês Jordan Pickford segurava uma garrafinha com anotações sobre onde cada suíço provavelmente chutaria. Mais do que uma “cola”, aquelas informações faziam parte de um grande projeto iniciado há 7 anos pela Federação Inglesa para transformar o seu desempenho em penalidades máximas.

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Entre 1990 e 2017, a Inglaterra decidiu 8 vezes a sua permanência em Copas do Mundo, Eurocopas e num torneio amistoso por meio dos pênaltis. Perdeu 7. Seus goleiros defenderam apenas 2 dos 36 chutes nessas 8 disputas – 5% de aproveitamento.

Todas as indústrias estão sendo impactadas pela inteligência artificial. O futebol é só mais uma delas Foto: Adobe Stock

Em 2018, porém, a federação lançou um plano para mudar isso. Foram duas frentes. A primeira, baseada em técnica e controle mental, foi comandada por Geir Jordet, um psicólogo esportivo apelidado de “Penalty Professor” que escreveu um respeitado livro sobre a psicologia nos pênaltis. Seu trabalho ficou nítido contra a Suíça: na média, os jogadores da Inglaterra demoraram 5,2 segundos para chutar depois do apito do árbitro; os suíços levaram só 1,3 segundo.

A segunda frente foi focada em dados. A busca por padrões históricos dos batedores ajudou Pickford, titular inglês desde a Copa de 2018, a defender 5 das 20 cobranças que enfrentou em decisões por pênaltis desde que essa iniciativa começou. Isso dá 25% de aproveitamento, maior do que qualquer outro goleiro do elenco inglês nos anos anteriores. Como resultado, de 2018 a 2024, a Inglaterra foi 4 vezes a decisões por pênaltis e venceu 3. Na Euro passada, das 4 cobranças suíças, a garrafinha indicou o lado correto 3 vezes. Pickford defendeu uma e disse: “Confie no processo”.

Essa revolução de dados e inteligência artificial (IA) não se limita aos pênaltis. Google e Liverpool FC desenvolveram o TacticAI, um modelo treinado com milhares de dados da Premier League para otimizar jogadas de escanteio. Em testes cegos, a comissão técnica do clube preferiu as estratégias indicadas pela IA – e não as humanas – em 90% das vezes.

Na Espanha, a La Liga instalou câmeras com visão computacional em todos os estádios das duas principais divisões do país. Cada partida gera mais de 3,5 milhões de dados, compartilhados gratuitamente com os 42 clubes, que agora são capazes de criar modelos e estratégias próprias. As ligas dos Estados Unidos e Oriente Médio já estudam adotar o sistema.

Todas as indústrias estão sendo impactadas pela inteligência artificial. O futebol é só mais uma delas.

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