Após desistência de Marcos Pereira, governo vê dificuldade para Elmar se viabilizar como sucessor de Lira

Integrantes do Palácio do Planalto entendem que o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) reúne condições de construir um acordo para ser o candidato de consenso da maioria da Câmara para ser presidente da Casa. O nome do parlamentar ganhou força depois de o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), abrir mão de ser candidato para apoiá-lo.

Outros nomes que ainda seguem na disputa são os dos líderes do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e do PSD, Antonio Brito (BA). O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda dialoga com Elmar para saber a possibilidade de o parlamentar também desistir de disputar o cargo.

A equipe de articulação política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirma que não há veto a nenhum dos candidatos que estão postos, mas há um entendimento de que Elmar, apesar de ter avançado na sinalização de apoio de líderes partidários, tem dificuldade em conseguir o apoio da maioria da Câmara. Por outro lado, Motta é apontado como um nome mais aglutinador.

Rival do PT na Bahia, Elmar tem tentado amenizar as rusgas antigas com o governo federal e conseguiu se aproximar do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Ainda assim, parte dos deputados, inclusive dentro do União Brasil, dizem que o líder partidário tem dificuldade em ter proximidade com deputados menos expressivos em termos de relevância política, mas que representam um grande número na Casa.

Embora Marcos Pereira tenha articulado a candidatura desde o ano passado, o nome de Motta como alternativa sempre foi citado por dirigentes partidários e parlamentares. Assim como Elmar, o líder do Republicanos é próximo de Lira. Motta e o chefe da Casa já estiveram juntos como parte da tropa de choque do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

A desistência de Marcos Pereira aconteceu após o presidente do PSD, Gilberto Kassab, não aceitar retirar a candidatura de Brito ao comando da Casa. Pereira tinha a esperança de unir os candidatos rivais de Elmar em torno dele, mas o chefe do PSD não quis um acordo.

Na avaliação do presidente do Republicanos, a posição de Kassab ajudaria Elmar. Pereira temia que, posteriormente, o PSD abrisse mão da candidatura e apoiasse o líder do União Brasil. Para desmontar essa articulação, o presidente do partido decidiu apoiar Motta, nome que também é próximo de Lira e pode esvaziar a candidatura de Elmar.

Apesar do apoio de Pereira a Motta, integrantes do União Brasil avaliam que Elmar não vai se retirar da disputa.

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