A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou nesta semana a criação de uma comissão de inquérito para investigar o escândalo de fraude envolvendo a criptomoeda $Libra, promovida pelo presidente Javier Milei. A decisão representa a segunda derrota do líder argentino no Congresso em menos de uma semana.
A proposta para a comissão foi aprovada com 128 votos a favor, 93 contra e sete abstenções. O objetivo da investigação será apurar a sequência de eventos relacionados à promoção e disseminação da $Libra, que resultaram em perdas financeiras significativas para investidores locais e estrangeiros. A primeira reunião da comissão de inquérito está agendada para o dia seguinte, 23 de abril.
Enteda caso da criptomoeda– em fevereiro, o próprio presidente Milei utilizou sua conta na plataforma X (antigo Twitter) para promover a criptomoeda Libra como um projeto privado com o objetivo de incentivar o crescimento da economia argentina, financiando pequenas empresas e empreendimentos”. Na ocasião, ele compartilhou um link para acesso ao ativo digital. Após o endosso público de Milei, a criptomoeda registrou uma valorização expressiva, chegandoa atingir o patamar de U$ 4.978. Estima-se que cerca de 40 mil pessoas confiaram na promoção e adquiriram a $Libra.
No entanto, em meio à rápida valorização, investidores que haviam comprado a moeda antes da divulgação presidencial iniciaram uma onda de vendas, desencadeando a polêmica. Milei, posteriormente, apagou a publicação original e, em um novo post, alegou “não estar ciente dos detalhes do projeto” e que, “após tomar conhecimento, decidiu não continuar difundindo”.
No mercado de trading digital, essa prática é conhecida como “rug pull”, que consiste em atrair investidores anunciando um token e, em seguida, encerrar o projeto abruptamente, causando prejuízos aos que investiram. A $Libra foi lançada na Meteora, mesma plataforma que lançou a criptomoeda $TRUMP no final de janeiro.
*Fonte: veja.abril.com.br