Avibras: Gigante brasileira está na mira de potência estrangeira

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Em meio à crise financeira sofrida pela Avibras, responsável pela produção de equipamentos de defesa militar e civil utilizados pelo Exército brasileiro, uma corporação chinesa, o Grupo Norinco, veio ao Brasil para tentar negociar a compra da gigante estratégica. Os chineses foram a Jacareí (SP), numa visita à sede da empresa, nesta quarta-feira (18).

Apenas um dia antes da visita, de acordo com o G1, funcionários da empresa rejeitaram a proposta de um novo layoff (suspensão temporária de contratao de trabalho) em uma assembleia geral do Sindicato dos Metalúrgicos. A decisão foi unânime e evitou que 550 funcionários fossem colocados em layoff por 90 dias. Os funcionários, que não recebem salário há 17 meses, já passaram por 6 layoffs do tipo.

A Avibras é conhecida por fabricar, para o mercado nacional (atendendo às necessidades do Exército rasileiro) e internacional, principalmente sistemas de artilharia de foguetes e mísseis, além de sistemas de veículos militares e de sistemas de defesa aérea, cibernética e eletrônica. Apesar de sua importância para a indústria de defesa nacional, ela não é considerada uma Empresa Estratégica de Defesa (EED) e, portanto, não recebe proteção governamental.

Em agosto de 2022, o Sindicado dos Metalúrgicos iniciou uma ação civil na Justiça Federal para que a Avibras fosse considerada uma EED; no entanto, a Advocacia Geral da União considerou o pedido ilegal. No mesmo ano, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial — para que não fosse à falência —, que foi aprovado em julho do ano seguinte. 

Hoje, a compra da Avibras é disputada por potências como China — que tem interesse imediato na aquisição —, Austrália e Arábia Saudita. 

A desnacionalização e a possibilidade de sua venda são uma preocupação para o presidente Lula, que quer evitar a aquisição da gigante por uma potência estrangeira. O BNDES foi convocado para “buscar soluções” que evitem a venda da empresa. Em mãos estrangeiras, a Avibras (bem como outras empresas de setores estratégicos) pode representar uma ameaça à autonomia militar e à defesa nacional, que passaria a depender de outros países para o suprimento de equipamentos e sistemas de defesa. 

Norinco

A Norinco é uma subsidiária do Grupo de Indústrias do Norte da China (ou Norinco Group), e desenvolve pesquisas e produtos para as áreas de defesa, exploração mineral e energética, além dos setores de engenharia e de químicos da China. 

Em 2022, de acordo com um jornal norte-americano, a Norinco exportou rifles e partes de drones para a Rússia, que havia iniciado a invasão à Ucrânia.

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